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Saúde

IA: projeto prevê racionalização de antibióticos para hospital público

A ação inclui identificar pacientes que fazem tratamentos com antibióticos e também detectar casos de uso fora dos limites estabelecidos

Redação Jornal de Brasília

04/10/2023 18h08

Foto: Davidyson Damasceno/IGESDF

Danyelle Silva
Jornal de Brasília/Agência de Notícias CEUB

Um programa de inteligência artificial elaborado por pesquisadores brasilienses pode vir a ser utilizado por hospitais públicos no Distrito Federal de forma a racionalizar recursos (como de medicamentos antibióticos) e proporcionar informações para um melhor atendimento.

Professores e estudantes de engenharia da computação do Centro Universitário de Brasília (CEUB), em parceria com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGES DF), e a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) iniciou o projeto na unidade de terapia intensiva do Hospital de Base.

A professora Maruska Bueno explica que o trabalho ocorrerá em um formato de parceria a fim de desenvolver um algoritmo que permita um uso mais racional de antibióticos administrados na UTI do Hospital de Base do DF.

Antibióticos

“A aplicação da Inteligência Artificial na área da saúde permitirá elaborar uma solução para desafios relacionados ao uso de antibióticos na UTI. Professores e alunos dos cursos de engenharia e medicina trabalharão em conjunto para executar o projeto”, afirma a professora.

A ação inclui identificar pacientes que fazem tratamentos com antibióticos e também detectar casos de uso destes medicamentos fora dos limites estabelecidos.

Assim, o paciente será consultado normalmente pelo médico, que deverá atender a premissas estabelecidas por protocolos já existentes.

As informações são protegidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e serão enviadas para a base da Inteligência artificial a fim de avaliar se os procedimentos adotados pelo médico está realmente de acordo com o sugerido nos protocolos, e ainda posteriormente, será avaliado o melhor medicamento e posologia para o paciente.

Com todos os prontuários, o médico valida amostralmente 60% dos prontuários. O médico, com a inteligência artificial, terá apoio para avaliar os 100% dos prontuários.

“Então aqueles que já tiveram aprovação, não precisam mexer. Aqueles que de fato têm um alto risco de fato, que não estão batendo com o protocolo estabelecido serão identificados mais rapidamente”, destaca a professora.

Com o apoio das ferramentas de Inteligência Artificial, a iniciativa também auxiliará na identificação de pacientes que não respondem adequadamente aos tratamentos e daqueles que foram tratados conforme diretrizes da Comissão de Controle de Infecção (CCIH), e que receberam alta após o primeiro esquema de antibioticoterapia.

Modelos

“A Engenharia da computação que vai de fato construir os modelos dos prognósticos dos medicamentos utilizando a IA”, explica o professor, engenheiro de computação e especialista em inteligência artificial Fábio Guimarães.

Além do aprendizado prático obtido na instituição acadêmica com os órgãos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, será considerado um avanço na busca por soluções tecnológicas que melhorem os protocolos clínicos da população.

“A expectativa é que esse projeto tenha um impacto significativo na otimização dos processos médicos e no bem-estar dos pacientes atendidos no Hospital de Base do DF”, destaca a coordenadora.

O projeto adotou etapas estratégicas para o funcionamento. A primeira etapa será do recebimento de dados da unidade de saúde, identificação das necessidades dos pacientes em colaboração com o IGES DF, pré -processamento de dados para identificação de padrões e seleção de requisitos para direcionar a pesquisa, esclarece o professor da engenharia de computação do CEUB.

Somente após o cumprimento dessas etapas que vai ser criada a solução baseada na Inteligência Artificial. Inicialmente a expectativa é que cerca de 40% dos prontuários dos pacientes sejam personalizados com auxílio da IA.

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