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Saúde

Dengue: mudanças climáticas aumentam risco de proliferação do mosquito, explica especialista

Ele chama atenção para dois em específico: Lutzomyia e Anopheles, transmissores da leishmaniose e malária, respectivamente

Redação Jornal de Brasília

27/03/2024 15h12

Os primeiros sintomas de dengue aparecem entre quatro e dez dias depois da picada do mosquito infectado | Foto: Divulgação/Agência Brasil

Por Lucas Alarcão e Caio Aquino
Agência de Notícias Ceub/Jornal de Brasília

Altas temperaturas combinadas com alteração no ciclo das chuvas, em razão das mudanças climáticas, podem elevar o cenário de risco para a dengue. Conforme explica o infectologista Alexandre Paz Ferreira, professor do Centro Universitário de Brasília, essas condições têm relação com o aumento do número de casos da dengue e exigem vigilância da sociedade

“’Temos bem marcada na maior parte do nosso país a estação seca, e juntamente com as mudanças climáticas- com mais chuvas e temperaturas mais altas atuam como lenha de fogueira no ciclo’’, afifma

Ele explica que o ciclo de reprodução é mais rápido quanto maiores as temperaturas. “Por, isso a doença tende a fazer mais mais estragos em climas quente, como o do nosso país’’.

A dengue atingiu estado crítico no país inteiro. Neste momento nove estados além do Distrito Federal (com o maior número de casos e de mortos) decretaram emergência em saúde por causa da doença.

Aedes Aegypti

O mosquito vetor da dengue é a fêmea do gênero Aedes aegypti. ‘’Elas picam o ser humano somente na fase reprodutiva, em que necessitam de ferro para promover crescimento dos seus ovos e estes terminaram postos em alguma superfície’’.

Os ovos terminaram sendo postos em alguma superfície, segundo o médico. ‘’Ao contrário do que a maioria pensa, os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície. Dessa forma, quando chove e o nível da água sobe, acaba entrando em contato com os ovos os quais eclodem em pouco menos de 30 minutos’’, afirmar o professor. 

O grande responsável

O médico explica que um forte impactador no ciclo citado são as chuvas. Assim, conforme analisa, é possível verificar que o maior fator para a situação a respeito da dengue é o clima.

Além dos principais fatores relacionados ao clima, outro grande impulsionador para a explosão de casos da doença são a grande densidade populacional das regiões. Isso ocorre pois o mosquito não possui grande capacidade de voo, ou seja, áreas mais urbanizadas acabam tendo mais incidência dos casos.

“O mosquito só voa por 150 metros, ele tem mais dificuldade de se espalhar por regiões onde as pessoas estão mais distantes umas das outras. Assim quanto mais o país se urbaniza, mais festa o Aedes faz’’.

O que devemos esperar

“Temos em nosso país uma grande estação seca que deve chegar em breve e esfriar o ciclo’’. Em seguida o doutor afirma que isto depende um pouco de nós também, pois é necessário manter as medidas de prevenção contra a dengue para se normalizar.

Deve-se chamar atenção que este clima pode atrair mosquitos vetores de outras doenças além da dengue. Com a urbanização acentuada devemos olhar com mais cuidado para certos insetos e doenças. Ele chama atenção para dois em específico: Lutzomyia e Anopheles, transmissores da leishmaniose e malária, respectivamente.

“Tenho uma preocupação com o Lutzomya. Está documentado nos últimos anos o aumento da área geográfica que ele ocorre e é um grande problema a saúde pública, e a respeito do Anopheles apesar de não se adaptarem bem ao ambiente urbano vale a pena chamar atenção’’.

O que pode ser feito

O médico reitera que as regras de prevenção devem ter divulgadas permanentemente ‘’Cobrir caixas d’água, retirar da chuva quaisquer recipientes que possam acumular água, além disso o uso de repelentes e caso possível colocar telas nas janelas de casa e bem efetivo na prevenção ’’.

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