Allana e Mariah são gêmeas siamesas que nasceram unidas pelo crânio. No dia 20 de agosto, depois de uma cirurgia que durou 27 horas, elas finalmente foram separadas, quando tinham dois anos e nove meses. Antes desse procedimento, as meninas já tinham passado por outras três cirurgias no último ano.
De acordo com os médicos, foram vários procedimentos para que a separação das veias fosse feita progressivamente, dando tempo para o cérebro se acostumar e recuperar. A história das gêmeas foi contada ontem (22), no Fantástico.
Os pais das meninas já sabiam que elas seriam unidas, mas não imaginavam o quanto. Eles moravam em Piquerobi, cidade de apenas 4 mil habitantes, no interior paulista, e se mudaram para Ribeirão Preto, a quase 500 quilômetros de distância, para buscar tratamento especializado.
Caso de gêmeos siameses são raros. Nos últimos 11 anos, foram cerca de 500 casos. E as cirurgias de separação são sempre uma jornada.
A separação
Nesta quarta cirurgia de separação de Allana e Mariah, os médicos entraram na sala às 6h30 do dia 19 de agosto, e deixaram o centro cirúrgico às 9h30 do dia seguinte, depois de 27 horas ininterruptas de trabalho.
Os médicos retiraram células-tronco da bacia das meninas na penúltima cirurgia, e essas células passaram por um processo super rigoroso de seleção e foram levadas para tanques de nitrogênio líquido em temperatura super negativa por 4 meses.
Nesse último procedimento, elas foram colocadas entre os ossos, como se fosse “um rejunte de piso”. De acordo com a equipe médica, serve para melhorar a circulação e diminuir a inflamação.
As gêmeas deixaram o hospital 52 dias depois da última cirurgia, ainda com os curativos na cabeça. O tratamento ainda segue para garantir o desenvolvimento das meninas.