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Saúde

A testagem como forma de combate à Varíola dos Macacos

Testes específicos para a doença, ainda não disponíveis em mercado no Brasil, estão em análise técnica na Anvisa

Redação Jornal de Brasília

19/08/2022 17h07

Foto: Agência Brasil

A monkeypox, doença parecida com a varíola humana, mas com sintomas mais leves, tem avançado no Brasil, com mais de 3,4 mil casos confirmados em 22 estados e no Distrito Federal, segundo dados do Ministério da Saúde. Ainda sem medidas de imunização específicas no país, algumas recomendações para evitar a contaminação pelo vírus são conhecidas desde a pandemia de Covid-19, como a higiene das mãos. Contudo, sem um teste específico no mercado brasileiro para detectar a monkeypox até então, grandes laboratórios têm utilizado metodologia própria para chegar à conclusão do diagnóstico, levando uma espera maior.

“Hoje, para testar no Brasil, precisamos fazer a coleta e o envio para laboratórios de referência, que realizam o exame e depois retornam com o resultado. Isso tudo aumenta a complexidade no processo e acaba tendo uma barreira de acesso, aumentando o tempo de espera pela resposta”, avalia o médico infectologista Victor Bertollo, do Hospital Anchieta de Brasília. “Se conseguirmos exames na ponta da execução rápida, isso pode acelerar muito o diagnóstico.”

Sempre em busca de trazer novidades de produtos hospitalares e farmacêuticos para o Brasil, a empresa brasiliense CPMH Produtos Hospitalares submeteu dois testes de monkeypox à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recentemente. A agência tem seis pedidos de registros de teste em análise técnica, conforme nota divulgada no último dia 11. “Para evitar que o vírus circule, precisamos ter ferramentas de diagnóstico que auxiliem e tragam mais celeridade ao processo do diagnóstico, como os testes PCR ou os testes rápidos”, ressalta Rander Avelar, responsável técnico da CPMH.

Um dos testes protocolados pela empresa é do tipo PCR-Monkeypox, fabricado pela BioGerm e destinado para testagem em laboratório. Já o segundo, um teste de antígeno, fabricado pela Bioscience, oferece uma testagem rápida que deve ser conduzida por profissionais de saúde. Os dois produtos são de uso profissional, ou seja, não são destinados à autotestagem. Após aprovação, a previsão da CPMH para a importação inicial é de 2 milhões de unidades do teste PCR e 3 milhões de unidades do teste antígeno.

A doença

A monkeypox é uma doença viral transmitida a pessoas por meio de animais, principalmente mamíferos como roedores, segundo a Organização Mundial da Saúde, além do contato com pessoas infectadas. Endêmica no continente africano, a enfermidade começou a se espalhar pelo mundo após um surto na Europa em maio deste ano. Os sintomas são parecidos com a varíola humana, erradicada nos anos 1980, mas são mais leves.

Contato com lesões, fluidos corporais e gotículas respiratórias de pessoas com casos confirmados, bem como o compartilhamento de itens como toalhas e roupas de cama estão entre as formas de transmissão, que ocorrem principalmente durante a manifestação dos sintomas.

Na avaliação do infectologista Victor Bertollo, os testes de antígeno são exemplos de ferramentas que podem facilitar o acesso ao diagnóstico, pois tendem a ser rápidos e podem ser feitos em postos de saúde e farmácias. Eles detectam a doença por meio de proteínas do vírus. No caso da monkeypox, a coleta é feita diretamente nas bolhas ou onde as feridas se abrem após o rompimento da bolha. Contudo, o médico enfatiza que a avaliação médica é fundamental, já que existe a chance do resultado ser um “falso negativo”.

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