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Sargento da PM é condenado a 15 anos de prisão por matar artista plástico na Vila Madalena

Nego Vila foi morto com um tiro em novembro de 2020; sargento disse que agiu para se defender

FolhaPress

11/10/2022 5h46

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/Redes sociais

Paulo Eduardo Dias
São Paulo, SP

O sargento da Polícia Militar Ernest Decco Granaro foi condenado pelo tribunal do júri a 15 anos de prisão pela morte do artista plástico e skatista Wellington Copido Benfati, conhecido como Nego Vila. Ele poderá recorrer em liberdade.

O crime ocorreu na madrugada de 28 de novembro de 2020 durante discussão em um bar em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O policial estava de folga na ocasião.

Granaro respondeu ao processo em liberdade. Quando o caso aconteceu, ele afirmou que agiu para se defender de um grupo que tentou agredi-lo.

O sargento chegou a ficar detido no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte, por pouco mais de um ano.

O PM foi solto em março, depois que o julgamento marcado para aquele mês teve de ser adiado depois de uma testemunha não comparecer ao júri. O julgamento foi remarcado para abril, mas também acabou por não acontecer.

À época, o advogado do PM, Decio Alexandre Taveira, elogiou a decisão de soltar o policial. “A decisão tomada pelo magistrado foi acertada, tendo-se em conta o que a denúncia narra sobre os fatos. Em situações dessa natureza o Tribunal do Júri é o local correto para o julgamento. Agora, nesta nova fase processual, o sargento Decco terá a oportunidade de provar a sociedade quem é verdadeira vítima”, afirmou.

A reportagem telefonou para o escritório responsável pela defesa de Granaro, mas ninguém atendeu. Também foi encaminhado um email para o contato dos advogados com pedido de posicionamento sobre o júri, mas não houve retorno até a publicação do texto.

Nega Vila tinha 40 anos quando foi morto. Ele recebeu um único tiro na região do tórax após uma suposta confusão com o PM e o artista plástico, em frente a uma distribuidora de bebidas na esquina entre as ruas Inácio Pereira da Rocha e Deputado Lacerda Franco, a poucos metros do 14° DP (Pinheiros).

O artista estava reunido com um grupo de amigos, assim como o policial militar. Em dado momento, segundo a investigação, houve uma briga entre os grupos.

De acordo com testemunhas, Nego Vila tentou apartar a confusão, mas caiu, foi quando, conforme testemunhas, o PM foi em sua direção e atirou. O artista chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Policiais militares que estavam na delegacia para apresentar uma outra ocorrência ouviram o disparo e encontraram o sargento.

Segundo o boletim de ocorrência, o sargento mostrou resistência à prisão, “sendo necessário o uso da força para que fosse contido, culminando-se com um breve algemamento do indiciado”, cita trecho do documento.

O policial portava uma pistola calibre .40, de propriedade da Polícia Militar, que foi apreendida. Na delegacia, ainda segundo o boletim da ocorrência, o policial disse ter “sido agredido fisicamente e que se defendeu”.

O PM afirmou que, enquanto era agredido, um grupo de pessoas o cercou e tentou tomar sua arma e, por isso, ele diz ter atirado “a fim de repelir a injusta agressão que estava sofrendo”.

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