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Brasil

Referência na área, morre o fotojornalista Sérgio Amaral

Lutando contra um câncer de pulmão desde outubro de 2021, o renomado fotojornalista Sérgio Amaral não resistiu

Camila Bairros

08/06/2022 11h28

O jornalismo perdeu uma grande refência na fotografia nesta quarta-feira (8). Sérgio Amaral, que lutava contra um câncer de pulmão descoberto em outubro de 2021, deixou esposa, filho e um grande legado. A morte foi causada por um enfisema pulmonar, desenvolvido pelo consumo de cigarro.

Ao longo desses últimos meses, o fotojornalista realizou diversos tratamentos, e chegou a lançar um site para vender suas fotos e pagar contas médicas.

Toda fotografia é um recorte seletivo. Um pedaço escolhido entre inúmeras cosias que acontecem ao mesmo tempo. Quando se fotografa, atribuí-se um valor. Para tanto, são necessários conhecimento, concentração e repertório. Cabe aos fotógrafos contar sem palavra.

Sérgio Amaral

Informações sobre o velório ainda não foram divulgadas.

Carreira

“Novos Rebeldes”Prêmio Esso de Fotografia de 1992.

Sérgio formou na PUC de São Paulo e ganhou diversos prêmios em sua carreira, iniciada em 1977. Dentre esses prêmios, está o Esso de Fotografia de 1992, o Grande Prêmio do Salão Finep de Fotojornalismo de 1996 e a medalha de excelência gráfica da Society for News Desing e o prêmio ONU Habitat de 2014. Além disso, seu trabalho está presente no Instituto Moreira Salles, um dos maiores acervos do jornalismo brasileiro.

Wilson Pedrosa, amigo de longa data de Sérgio, afirmou que não importa o tempo que passe, as fotografias tiradas por ele serão sempre atuais. “A foto que ganhou o prêmio é de 1992, mas combina perfeitamente com os dias atuais, ele era um poeta”, afirmou.

Sofre a fotografia que está marcada para a eternidade, Sérgio veio a Brasília para a cobertura da leitura do Relatório da CPI do PC Farias, que investigou os mal feitos do presidente Collor.

“Tudo foi dando certo, e eu fui ficando. Num desses dias, acompanhei a passeata que desceu a Esplanada dos Ministérios do alto do carro de som. A PM do DF criou um gargalo para direcionar os manifestantes para o gramado do Congresso. Nesse momento, desci para acompanhar “pelo chão” o desenrolar dos fatos. O cavalariano empurrou as costas do carapintada com o focinho do cavalo. O menino reagiu e tentou acertar a cabeça do animal, que evitou. Não houve mais confusão, mas foi o único enfrentamento que houve até então. Tive tempo de fazer três fotogramas, e senti que encontrei uma pedra de alto quilate no enorme garimpo por imagens que se tornou a cobertura do impeachment. Senti que fiz um gol de placa no Maracanã da notícia. (Tinha estabelecido uma meta secreta, ser convidado a integrar o staff da Fotografia da AE em Brasíla). Já em SP, ao saber do Premio Esso, senti um alívio alegre. E acabei vindo trabalhar em Brasília em janeiro de 1993”.

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