Mesmo podendo ajudar o deputado Raad Massouh (PPL), as duas testemunhas que seriam ouvidas em uma audiência da Comissão de Ética ficaram caladas. Estava previsto o depoimento de Carlos Henrique Neves, organizador da festa que levantou suspeitas, e de Maria Inês de Lima, ex-presidente do Sindicato de Turismo Rural do DF.
No entanto, os dois possíveis trunfos do deputado Raad Massouh na defesa foram orientados por advogados a não se pronunciarem.
Confirmações
Ontem, o único que falou foi o delegado da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap), da Polícia Civil, Henry Peres, que afirmou não ter dúvidas de que foram cometidas irregularidades no evento realizado e Sobradinho com emendas de Raad. Henry revelou que Carlos Augusto de Barros, então administrador de Sobradinho teria dito em depoimento que Raad insistiu para que a emenda fosse executada. Além disso, que o festival teria durado apenas um dia e atraído um público de apenas 150 pessoas. O que estava previsto eram dois dias de apresentações e o estimado era que o público chegasse a 10 mil.
“Esquisito”
O silêncio das testemunhas surpreendeu os deputados Joe Valle (PSB), relator do processo, e Dr. Michel (PEN), presidente da Comissão de Ética. Para os dois, a reunião de ontem não provocou mudanças no provável processo de cassação. “O delegado reiterou aquilo que está escrito, reforçando os autos”, disse Valle. Michel acompanha a fala do relator e acredita que a sessão pode ter pouca influência no relatório final. “Não foi possível tirar grandes conclusões. Só é esquisito que as testemunhas não falem”, disse.