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Política & Poder

Testemunhas escolhem ficar caladas, mas delegado acusa

Arquivo Geral

08/08/2013 9h30

Mesmo podendo ajudar o deputado Raad Massouh (PPL), as duas testemunhas que seriam ouvidas em uma audiência da Comissão de Ética ficaram caladas. Estava previsto o depoimento de Carlos Henrique Neves, organizador da festa que levantou suspeitas, e de Maria Inês de Lima, ex-presidente do Sindicato de Turismo Rural do DF.

 

No entanto, os dois possíveis trunfos do deputado Raad Massouh na defesa foram orientados por advogados a não se pronunciarem.

 

Confirmações

 

Ontem, o único que falou foi o delegado da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap), da Polícia Civil, Henry Peres, que afirmou não ter dúvidas de que foram cometidas irregularidades no evento realizado e Sobradinho com emendas de Raad. Henry revelou que Carlos Augusto de Barros, então administrador de Sobradinho teria dito em depoimento que Raad insistiu para que a emenda fosse executada. Além disso, que o festival teria durado apenas um dia e atraído um público de apenas 150 pessoas. O que estava previsto eram dois dias de apresentações e o estimado era que o público chegasse a 10 mil. 

 

 “Esquisito”

 

O silêncio das testemunhas surpreendeu os deputados Joe Valle (PSB), relator do processo, e Dr. Michel (PEN), presidente da Comissão de Ética. Para os dois, a reunião de ontem não provocou mudanças no provável processo de cassação. “O delegado reiterou aquilo que está escrito, reforçando os autos”, disse Valle. Michel acompanha a fala do relator e acredita que a sessão pode ter pouca influência no relatório final. “Não foi possível tirar grandes conclusões. Só é esquisito que as testemunhas não falem”, disse.

 
Raad diz que problema é de organizadores
 
 
O deputado Raad Massouh afirma não possuir envolvimento no esquema, já que não possui relação com o Ruraltur. Para ele, o silêncio das testemunhas pode até ser favorável à defesa. “Elas não foram convocadas por mim. Não arrolei pessoas para me defender”, garantiu. “Eu mando a emenda para diversas cidades, mas não tenho obrigação de acompanhar. Se houve má colocação, um show que era para ter dois dias e teve só um, o que eu tenho a ver com isso?”, questionou.
 
 
Novos depoimentos
 
 
Para a próxima semana novos depoimentos podem ser decisivos para o processo de cassação de Raad. Entre as ouvidos estarão o delegado Flamarion Vidal, o executor dos contratos e Jorge Soares, ex-administrador de Sobradinho. O relatório final da Comissão de Ética deve ser finalizado no dia 21 deste mês.

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