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Política & Poder

Secretário defende congelar salário de servidores por dois anos: ‘o exemplo tem de vir de cima’

“O desemprego está subindo a passos largos. Será que está correto algumas pessoas manterem seus empregos e não perderem salário?”

Redação Jornal de Brasília

14/04/2020 12h07

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza audiência pública interativa para instruir a PEC 6/2019 que modifica o sistema de previdência social, estabelece regras de transição e disposições transitórias, e dá outras providências. Entre os convidados estão o secretário de Previdência e Trabalho; economistas; e representantes dos auditores fiscais, dos procuradores do trabalho e dos trabalhadores em educação.À mesa, em pronunciamento, secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sacshida, ao se referir à contribuição que todos devem dar para a economia neste momento de crise, disse que o exemplo tem que vir de cima. Neste contexto, segundo ele, tem que se olhar com muita atenção para a questão do funcionalismo público, onde algumas categorias iniciam na carreira com salários iguais ou superiores a R$ 30 mil por mês.

“O desemprego está subindo a passos largos. Será que está correto algumas pessoas manterem seus empregos e não perderem salário?”, questionou o secretário durante uma transmissão ao vivo que a XP Investimentos realizou nesta terça-feira, 14.

O questionamento de Sacshida coincide com o momento em que se discute redução de jornada e salários na iniciativa privada como uma das medidas que poderá ser adotada para que as empresas mantenha fôlego para atravessar esse momento de crise, acentuado pela pandemia do novo coronavírus.

“O exemplo tem que vir de cima, temos que ter ajustes além dos econômicos”, criticou o secretário de Acompanhamento Econômico. Para ele, não se trata de cortar salários dos servidores, mas que não é complicado um funcionário que inicia na carreira ganhando R$ 30 mil por mês ficar dois anos sem reajuste salarial.

“Não é cortar salários dos servidores, mas não é complicado passar dois anos sem reajuste. E a inflação está baixa”, disse.

O secretário reforçou que o governo não concorda com o teor do projeto de ajuda a Estados e municípios que foi aprovado ontem, 13, na Câmara. O texto destina R$ 89,6 bilhões a governadores e prefeitos, por meio de recomposição de tributos e suspensão de pagamentos de dívidas com bancos oficiais.

“É fundamental mandar recursos a Estados e municípios, mas de forma correta”, afirmou. Sacshida emendou que o governo está com dificuldades de chegar nos parlamentares para fazer articulações. Ele diz discordar, por exemplo, com a garantia do mesmo nível de ICMS de 2019 porque assim a transferência para um Estado rico como São Paulo será maior do que a transferência para um Estado pobre como o Piauí. E isso, de acordo com o secretário da SPE, precisa ser discutido com o Parlamento.

“Queremos mesmo mandar mais dinheiro para Estado mais rico? Transferência per capta ou focada em saúde não seria melhor”, indagou o secretário. “Espero que Senado debata melhor a transferência para os Estados e municípios”, afirmou Sacshida, para quem “transferência a Estados não pode preservar a desigualdade já existente.

Estadão Conteúdo

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