A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, confirmou na CPI da Covid nesta terça-feira (25) que o Ministério recomendou que médicos receitassem cloroquina a pacientes em Manaus-AM durante o colapso vivido pela capital amazonense no final de 2020 e início de 2021.
Perguntada pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) se, durante a visita de Mayra a Manaus, o chamado tratamento precoce foi recomendado, a secretária explicou que o próprio Ministério da Saúde permite que médicos usem medicamentos chamados off label. “Então, nós orientamos [o uso do tratamento precoce]”, disse Mayra.
A secretária citou relatório do Ministério que determina a adesão ao tratamento. Como relembrou Renan, parte deste relatório diz que deve-se “verificar se estão sendo empregadas as medidas de prevenção, diagnostico e tratamento precoce. Caso contrário, incentivá-las e esclarecer os profissionais”. Mayra confirmou que a determinação foi seguida.
Antes, a “Capitã Cloroquina” disse que, durante a visita a Manaus, os profissionais do Ministério da Saúde garantiram a ampliação da oferta de leitos, suporte de oxigênio, bem como equipamentos de proteção individual (EPIs) e ventiladores mecânicos.
Manaus viveu, há cerca de cinco meses, um colapso por conta da covid-19. Faltava oxigênio nos hospitais, e chegava-se a dobrar o número de mortos diários a cada semana.
A secretária é conhecida como “Capitã Cloroquina” por, desde o início da pandemia, defender o uso de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina contra a covid-19. Nenhuma das drogas é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).