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Política & Poder

‘Road show político’ de Lula e Moro movimenta xadrez de 2022

Nesse antagonismo entre Lula e Moro, os aliados do ex-presidente sabem que as investigações da Lava Jato serão relembradas intensamente

Redação Jornal de Brasília

07/10/2021 6h25

Reprodução

A um ano das eleições, a movimentação política simultânea do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro agitou o xadrez da corrida eleitoral de 2022. Inimigos desde os tempos das investigações e processos da Operação Lava Jato, os dois ampliaram as conversas com partidos e lideranças políticas pensando no papel que desempenharão na disputa. Enquanto Moro, que retornou esta semana para os Estados Unidos, ainda avalia se será candidato ou não, o petista estabeleceu uma espécie de quartel-general em Brasília onde tem se encontrado com possíveis aliados para a eleição.

Nesse “Road show político”, Moro começou se reunindo com os líderes do Podemos, em Curitiba, na casa do senador Oriovisto Guimarães (PR). O partido já ofereceu a legenda para o ex-juiz, caso resolva concorrer. Logo depois, jantou com o governador de São Paulo, João Doria, e com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta em São Paulo. Moro ainda conversou com representantes do MBL e viajou para Brasília para conversar com alguns senadores e deputados. Avisou, porém, que só definirá seu futuro no fim de novembro, com o cenário político mais definido.

Do lado oposto, Lula ampliou sua movimentação já em Brasília, encontrando os governadores da Região Nordeste para tratar de alianças regionais que possam fortalecer sua candidatura nacional. Além disso, se reuniu com a bancada do PT no Senado e na Câmara. Nesta terça, o ex-presidente se reuniu com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e com os dirigentes nacionais do PROS para avançar na formação de uma aliança eleitoral para disputar o Planalto. Os dois partidos indicaram que é grande possibilidade de acordo.

Mas o movimento mais importante do petista mira os partidos de centro. Lula vai se reunir com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e com integrantes do MDB. O PT deseja abrir seu arco de alianças de olho no eleitorado de centro que não deseja reeleger Jair Bolsonaro, mas não gostaria de ter como alternativa uma chapa exclusivamente formada por políticos de esquerda.

Kassab aceitou o convite, mas disse ao Estadão que na conversa vai informar que o PSD não pretende se aliar ao PT na disputa presidencial. “O PSD terá candidatura própria para o Planalto. E eu direi isso a ele”, afirmou Kassab.

Nesse antagonismo entre Lula e Moro, os aliados do ex-presidente sabem que as investigações da Lava Jato serão relembradas intensamente pelos adversários como forma de desgastar a candidatura do petista. Por isso, na reunião de Lula com a bancada do Congresso, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, propôs que fosse feito uma espécie de memorial da verdade, contendo explicações didáticas para a militância ter capacidade de refutar as denúncias da Lava Jato. O Supremo Tribunal Federal acabou declarando a suspeição de Moro, num revés para o ex-ministro.

Estadão Conteúdo

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