O senador Renan Calheiros (MDB-AL) pedirá suspeição do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que tornou Calheiros réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em 2019.
Renan prepara o pedido após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguir decisão semelhante. Lula viu o STF anular condenações proferidas pelo ex-juiz Sergio Moro no âmbito da Lava-Jato e também decretar a suspeição de Moro no caso do tríplex do Guarujá.
Ao jornal O Globo, o senador disse que foi citado em vários diálogos “porque também fazem referência a Lula”. “Imagine, então, o que não aparecerá contra mim nas mensagens ainda não divulgadas? Lula foi o principal foco da Lava-Jato. O segundo fui eu. Ele foi o maior foco da operação em Curitiba. Eu, em Brasília”, disse Renan.
O senador avalia ainda pedir a suspensão da aposentadoria de Janot como forma de “castigo pessoal”. “Além de se alegar a suspeição de um juiz, como no caso Lula, também pode se alegar a de um procurador, como Janot. No próprio caso Lula, o ministro Lewandowski levanta a questão do promotor natural. Não só o juiz, mas também o promotor deve guardar imparcialidade, pois não é parte no processo. Em relação a essa questão dos diálogos, são 740 terabytes. É um volume absurdo de diálogo. Em um exame preliminar, avalio que há um prognóstico bastante animador à eventual suspeição do ex-procurador-geral”, declarou o parlamentar.
Renan está em voga nas últimas semanas por ter assumido a relatoria da CPI da Covid, instalada na terça-feira (27). A Justiça Federal do Distrito Federal tentou impedir que o senador assumisse o posto, mas o Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF-1) anulou a liminar judicial e permitiu que Calheiros seja o relator. O presidente da CPI, Omar Aziz, indicou o parlamentar ao posto.
