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Política & Poder

Queiroga explica por que não nomeou Luana Araújo e contradiz a médica

Novo depoimento do ministro põe em xeque a razão de Luana não ter sido nomeada para Secretaria Executiva de Enfrentamento à Covid-19

Willian Matos

08/06/2021 11h18

Queiroga na CPI

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, contradisse a médica infectologista Luana Araújo durante depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (8). Luana afirmou, na semana passada, que não foi nomeada para a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 porque o nome dela não havia sido aprovado.

Luana Araújo declarou que, dez dias após a chegada dela à Secretaria Extraordinária, o próprio ministro Marcelo Queiroga se dirigiu a ela e disse que a nomeação não seria aprovada pela Casa Civil. Queiroga, no entanto, disse a decisão de não efetivar a médica partiu dele mesmo.

“Entendi que naquele momento, a despeito da qualificação da doutora Luana, não seria importante a presença dela para contribuir com a harmonização”, declarou o ministro. A harmonização a qual Queiroga se refere é a de médicos que debatem questões de “tratamento inicial” contra a covid-19, segundo ele.

O ministro afirmou diversas vezes que a Casa Civil e a Secretaria de Governo da Presidência não vetaram a nomeação de Luana, como a médica havia dito na semana passada.

Queiroga declarou ainda que escolherá um secretário até a próxima sexta-feira (11) que tenha “espírito público e capacitação técnica” e que consiga “harmonizar relação entre os médicos”. A declaração dá a entender que há médicos no Ministério que debatem o uso de medicamentos não eficazes contra a covid.

Sem infectologistas

O chefe da Saúde afirmou ainda que, atualmente, o Ministério não possui nenhum infectologista no quadro de servidores. “O Ministério da Saúde, ao longo do tempo, tem perdido quadros. Nós não temos médicos infectologistas. Temos a doutora Carolina [Palhares], que é médica infectologista, mas ela é servidora da CGU. O que nos temos é médicos servidores que nos apoiam”, revelou.

O relator Renan Calheiros (MDB-AL) comentou que a informação representa “uma gravidade muito grande”. Queiroga respondeu: “Pois é”. Depois, o ministro esclareceu que infectologistas são ouvidos pela pasta. “Por exemplo, o doutor Clóvis Arns, que é o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, tem atuado diretamente com o professor Carlos Carvalho [pneumologista recém-nomeado por Queiroga] na elaboração dos protocolos.”

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