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Política & Poder

PF pede quebra de sigilo bancário de Janones por suspeita de ‘rachadinha’

Procurado pelo Estadão, Janones não havia comentado o movimento da PF até a noite a publicação deste texto

Redação Jornal de Brasília

31/01/2024 0h00

Foto: Banco de Imagens

São Paulo, 30 – A Polícia Federal pediu ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra do sigilo bancário do deputado André Janones (Avante-MG) no inquérito que investiga se ele operou um esquema de rachadinha em seu gabinete na Câmara.

Procurado pelo Estadão, Janones não havia comentado o movimento da PF até a noite a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestações.

Ele tem reiterado que a investigação do caso pelas autoridades competentes é o único caminho para provar que é inocente.

O delegado Roberto Santos Costa, que conduz a investigação, pediu para analisar as movimentações financeiras do deputado entre janeiro de 2019, quando ele assumiu o primeiro mandato na Câmara, e janeiro de 2024. A solicitação também alcança seis assessores de Janones.

O delegado argumenta que não há outro caminho para “elucidar” o caso. “Em investigações dessa natureza, em especial quando envolve a prática da ‘rachadinha’, em que normalmente são realizados saques e depósitos em espécie, conhecer o fluxo financeiro dos envolvidos é fundamental.”

Cabe ao ministro Luiz Fux, relator do caso no Supremo, decidir se autoriza ou não a devassa nas contas de Janones.

Áudio

“Rachadinha” é como ficou conhecida a prática ilegal de repasse de salários de funcionários, sobretudo em cargos comissionados, para o político ou o partido que o empregou.

O deputado foi arrastado para o centro de suspeitas de corrupção depois que vieram a público áudios em que ele pede doações de assessores para compensar gastos de campanha. Para a PF, a gravação já é um indício do crime de corrupção passiva. O objetivo agora é verificar se os repasses de fato ocorreram.

A gravação foi feita pelo ex-assessor Cefas Luiz durante um reunião no dia 5 de fevereiro de 2019 na Câmara dos Deputados. Cefas disse ao Estadão no fim do ano passado que o esquema seria organizado pela atual prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes (Avante), ex-assessora e ex-namorada de Janones.

“Tem algumas pessoas aqui que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas que ficou (sic) da minha campanha de prefeito”, afirma Janones no áudio, ao relatar que tem uma dívida de R$ 675 mil. O comentário foi feito logo após o deputado dizer que não vai aceitar corrupção em seu mandato.

Estadão Conteúdo

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