Depois de seis meses de governo, a Polícia Federal já gastou cerca de R$ 8,9 milhões em diárias e passagens de integrantes da segurança do presidente Lula e de seus familiares. Embora a PF tenha essa atribuição, por decisão do petista, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) faz a coordenação.
Segundo o governo, embora a coordenação fique com o GSI, o sistema será híbrido, com a participação de militares e policiais federais. A informação é da Folha de São Paulo.
Atrelada ao gabinete presidencial, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) se ocupava apenas da segurança imediata do chefe do Executivo, do vice Geraldo Alckmin e de seus familiares. Os outros dois círculos de proteção, a aproximada e afastada, continuam a cargo do GSI.
A imediata é a segurança pessoal. Na aproximada, militares atuam próximos ao mandatário em eventos e viagens, além de estabelecer parâmetros para emergências. Já a afastada é composta pelos responsáveis por varreduras e vigilância ostensiva em locais de eventos, com auxílio de outras forças de segurança.
Como foi criada de forma extraordinária, não havia previsão no orçamento para a Sesp e os gastos com diárias dos policiais e passagens eram custeados pela PF. De acordo com a corporação, foram gastos com diárias R$ 5,6 milhões de 1º de janeiro a 30 de abril. Já nos meses de maio e junho, há apenas uma estimativa de execução de R$ 3,6 milhões. Além disso, foram pagos aproximadamente R$ 540 mil em passagens aéreas neste período.
Os policiais que realizam a segurança imediata do presidente recebem diárias por serem de outras unidades, fora da capital, ou, no caso daqueles lotados em Brasília, para viagens a outros locais do país.
Atualmente, o efetivo da Sesp é de 250 a 300 pessoas, entre integrantes da PF e da Força Nacional.
Conforme a PF, foi solicitada à instituição da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI uma transferência de R$ 5 milhões como forma de compensação pelos custos da Sesp.
O GSI disse que a pasta cancelou atividades previstas no seu planejamento para poder repassar esses recursos e que eles foram liberados em 5 de junho, mas ainda aguardam processamento na Secretaria de Orçamento Federal.
A PF também solicitou desde fevereiro carros blindados da Presidência, mas não houve autorização, o que levou ao aluguel de veículos. O alto escalão da PF defendia a manutenção do comando da segurança presidencial sob o argumento, entre outros, que o país ainda vive sob a sombra dos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Segundo a PF, não houve compra de nenhum equipamento, item de segurança ou aquisição e contratação de bens para a realização da segurança presidencial, desde que a corporação assumiu o posto.
A Sesp foi criada no primeiro dia do mandato de Lula, por desconfiança que pairava sob o GSI, até então comandado pelo general Augusto Heleno, um dos mais próximos auxiliares de Jair Bolsonaro (PL).
Quando assumiu a pasta, após a crise envolvendo os atos golpistas no Planalto e a queda do então ministro Gonçalves Dias, o general Marco Antônio dos Santos Amaro disse que Lula havia sinalizado que a prerrogativa voltaria para o ministério.