A Polícia Federal realiza, nesta sexta-feira (27), uma operação contra um grupo suspeito de usar as redes sociais para pedir intervenção militar e a demissão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A prática configura alteração da ordem política ou social e é ilegal.
São cumpridos mandados de busca e apreensão em Brasília-DF, Uberlândia-MG e Taboão da Serra-SP. Um dos alvos é Renan Silva Sena, ex-funcionário do Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos e coordenador do grupo extremista 300 do Brasil. Renan já ameaçou e xingou o governador Ibaneis Rocha e agrediu duas mulheres que passavam de carro durante um ato bolsonarista na Praça dos Três Poderes, em junho deste ano. Um mês antes, o acusado também chegou a cuspir em enfermeiras que pediam valorização de funcionários da Saúde no feriado no dia 1º de maio, no mesmo local.
A operação da PF, batizada de Estabilidade, teve início após a publicação de vídeo realizado na frente do prédio do STF por dois dos investigados. Nas imagens, os suspeitos pediam intervenção militar e afastamento e prisão de nove ministros do STF. Agentes investigaram o caso e descobriram diversos outros atos do tipo. O grupo chegava a arrecadar fundos para manter o movimento contra a democracia.
O processo tramita na 15ª Vara Federal do DF, e os envolvidos podem responder pelos crimes previstos nos artigos 22, I e IV, §2º, “a”, e 23, II, da Lei 7.170/1983 (Lei de Segurança Nacional).