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Política & Poder

Petrobras prevê R$ 16 milhões para pagar bônus a diretores em 2023

O gasto é parte do orçamento para remuneração da administração da companhia que será levado a votação em assembleia de acionistas

FolhaPress

28/03/2023 14h06

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Nicola Pamplona

A Petrobras prevê gastar R$ 16 milhões com o pagamento de participação nos lucros a seus diretores em 2023. O valor é 60% superior ao verificado no ano anterior e inclui premiações pelo lucro recorde de 2022 e parcelas remanescentes de anos anteriores.

O gasto é parte do orçamento para remuneração da administração da companhia que será levado a votação em assembleia de acionistas no fim de abril, quando a empresa elege também seu novo conselho de administração.

Considerando salários e bônus para diretores e conselheiros, a Petrobras prevê gastar R$ 53,6 milhões em 2023, alta de 85% em relação ao verificado em 2022. Segundo a empresa, o aumento reflete a maior participação nos lucros e o reajuste de 44% nos salários da diretoria.

A premiação pelo desempenho, chamada de PPP (programa prêmio por performance) beneficia apenas diretores de gestões anteriores, nomeadas durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Já o reajuste beneficiará os diretores que estiverem na empresa após a assembleia de acionistas.

Procurada, a Petrobras não respondeu, até as 14h desta terça (28), a pedido de esclarecimento sobre a divisão do valor reservado à PPP em 2023. Em comunicado a acionistas, diz que inclui premiação pelo desempenho de 2022 e parcelas remanescentes de 2018, 2020 e 2021.

No ano passado, a empresa teve o maior lucro já registrado por uma empresa brasileira, de R$ 188,3 bilhões. Pelo resultado, anunciou a distribuição de dividendos recordes, superiores a R$ 200 bilhões.

O PPP foi criado em 2019, na gestão Roberto Castello Branco, e elevou as bonificações da diretoria sob a justificativa de “valorizar a meritocracia e trazer flexibilidade para um cenário em que a empresa busca mais eficiência e alinhamento às melhores práticas de gestão”.

Na época, a mudança foi questionada por sindicatos, diante do aumento da disparidade entre os ganhos da cúpula da empresa e do restante do corpo funcional. Os sindicatos também questionaram a proposta de reajuste de 44% nos salários, que levará a remuneração fixa do presidente da companhia a cerca de R$ 168 mil por mês.

A empresa diz que o reajuste recupera perdas com o congelamento de salários nos últimos anos e reduz a diferença entre a estatal e suas concorrentes no mercado. Os novos valores, porém, precisam ser aprovados em assembleia, assim como os bônus.

Com maioria do capital votante da estatal, a União tem a palavra final. No governo Bolsonaro, aprovou todos os orçamentos para remuneração de executivos propostos pela empresa. Em 2020, após o início da pandemia, a empresa decidiu por conta própria adiar o pagamento de bônus.

Em comunicado a acionistas divulgado nesta terça-feira (27), a empresa diz que sua política de remuneração tem o objetivo de recompensar os executivos “pelo grau de responsabilidade de suas funções e pelos resultados alcançados considerando as práticas de mercado”.

Para os nove diretores, a empresa reservou R$ 48,5 milhões para pagar salários, benefícios e os bônus, além de provisões para rompimento de contrato e benefícios pós emprego. Para o conselho de administração, foram reservados R$ 3,5 milhões -nesse caso, não há bônus nem benefícios.

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