O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello confrontou a Pfizer durante sessão da CPI da Covid nesta quarta-feira (19). Pazuello negou que o Ministério não respondeu os contatos da farmacêutica para a compra de vacinas contra a covid-19.
Na semana passada, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, depôs à CPI e disse que o primeiro contato com o Brasil foi feito em maio de 2020. Depois, em agosto, houve mais contatos, e o Brasil não teria os respondido. Segundo afirmou o executivo ao presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), o Brasil deixou de receber ao menos 4 milhões de doses do imunizante neste primeiro semestre de 2021 em função da demora em fechar o negócio.
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Contudo, Pazuello disse hoje que respondeu, sim, às propostas feitas pela Pfizer. “[As propostas] foram respondidas em negociação intensa e direta com dezenas de documentação e reuniões”, declarou. O relator da CPI, Renan Calheiros, então, disse: “A Pfizer está mentindo?”. Irritado, Pazuello rebateu: “Essa pergunta é para a Pfizer. Eu só respondo por mim, senador.”
A partir daí, os ânimos se exaltaram. Renan perguntou por que Pazuello não tomou a frente das negociações, o ex-ministro respondeu: “Pela simples razão que eu sou o dirigente máximo, eu sou o decisor, eu não posso negociar com a empresa. Quem negocia com a empresa é o nível administrativo, e não o ministro. O ministro jamais deve receber uma empresa. O senhor deveria saber disso.”
Depois, Pazuello retirou o ataque feito a Renan e respondeu de forma mais branda. “O ministro não pode receber as empresas, fazer negociação com empresas. Eu recebo o presidente da Pfizer socialmente junto com a administração, mas a negociação é feita no nível da equipe de administração.”
Renan voltou a perguntar quem decidiu por não responder a Pfizer, mesmo Pazuello tendo dito que a farmacêutica foi respondida. Pazuello, então, acusou o relator de estar “conduzindo a conversa”. A partir daí, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) interviu, e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), conteve-o.
Aziz alertou que Pazuello não tem “direito de desrespeitar” o relator e pediu que o ex-ministro entregue à CPI as respostas enviadas à Pfizer.
