São Paulo, 07 – Uma oficiala de Justiça de São Paulo devolveu mais de 500 mandados judiciais, sem cumpri-los, e usou a certidão para denunciar um suposto ciclo de perseguição política no trabalho.
A reportagem do Estadão procurou o Tribunal de Justiça de São Paulo, que ainda não se manifestou. O caso foi divulgado primeiro pelo portal jurídico Migalhas.
A servidora concursada ingressou no tribunal como escrevente, em 1988, e dois anos depois foi admitida como oficiala de Justiça. O último cargo foi no Forum Regional XV, no Butantã.
Ela alega que vem sofrendo “intensa perseguição política” por “ativistas de extrema esquerda” desde 2018, ano da eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O relato pessoal foi anexado ao processo junto aos mandados judiciais em aberto. Ela afirma ter sido hostilizada, penalizada com excesso de trabalho e remanejada contra a vontade, o que teria gerado prejuízos financeiros, em decorrência, por exemplo, do pagamento de multas para rescisão de contratos de aluguel.
“Encontro-me em total falência financeira, sem a menor possibilidade de custear o cumprimento de mandados”, justifica.
Ainda no desabafo, ela afirma estar sem condições físicas e psicológicas para continuar trabalhando: “Assim sendo, deixei de proceder ao determinado e devolvo o mandado para os fins de direito.”
COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
Até a publicação deste texto, a reportagem do Estadão pediu manifestação ao Tribunal de Justiça de São Paulo, o que não ocorreu. O espaço está aberto.
Estadão Conteúdo