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Política & Poder

‘Nunes vai esclarecer que não sou de ONG’, diz padre Lancellotti

Segundo o padre, Nunes afirmou durante o encontro que, caso seja necessário, esclarecerá que a Prefeitura não mantém convênio com nenhuma entidade ligada a ele

Redação Jornal de Brasília

09/01/2024 21h41

O vereador pediu uma CPI para avaliar os projetos que atuam no Centro de São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o padre Júlio Lancellotti se reuniram nesta segunda-feira, 8, na sede do Executivo municipal para tratar da CPI das ONGs – vereadores têm articulado a instalação do colegiado para apurar atuação de entidades na Cracolândia.

Segundo o padre, Nunes afirmou durante o encontro que, caso seja necessário, esclarecerá que a Prefeitura não mantém convênio com nenhuma entidade ligada a ele. “O prefeito disse que pode prestar os esclarecimentos de que não sou de uma ONG, não recebo recursos. E que, se a Prefeitura for arguida nesse sentido, irá responder: ‘Nós não temos nenhum convênio com a Arquidiocese de São Paulo, nem com a Pastoral da Rua, nem com nenhuma entidade de que o padre Júlio faça parte’”, relatou o religioso.

O autor da proposta de criação da CPI na Câmara Municipal, vereador Rubinho Nunes (União Brasil), afirmou que o padre Júlio será um dos alvos da investigação parlamentar, caso a comissão saia do papel. Na reunião na Prefeitura, conforme o religioso, Nunes reforçou que o Executivo não pode interferir no Legislativo. “Ninguém é contra a CPI, mas (a favor) que a CPI tenha um objeto claro de investigação e não personalize”, disse o padre.

Coordenador da Pastoral do Povo da Rua, da Arquidiocese de São Paulo, padre Júlio afirmou que também pediu ao prefeito a ampliação da Operação Altas Temperaturas, que provê recursos para amenizar a sensação de calor da população vulnerável na cidade.

O pedido de abertura da CPI para investigar o uso de recursos públicos por ONGs na Cracolândia teve o apoio inicial de 22 vereadores. Pelo menos oito deles, porém, se disseram “enganados” e anunciaram a retirada de apoio após a repercussão envolvendo o nome do padre Júlio. Embora Rubinho Nunes tenha citado o religioso ao criticar o que chamou de “máfia da miséria”, o requerimento não menciona o nome do padre. O pedido de abertura da CPI segue em tramitação e, no momento, aguarda a apreciação do colégio de líderes. Se avançar, segue para votação no plenário e precisa ter o apoio de mais da metade dos parlamentares, ou seja, ao menos 28 dos 55 votos. A Câmara Municipal está em recesso até o dia 6 de fevereiro.

Foco

Rubinho Nunes disse ontem ao Estadão que não enganou ninguém. “Não é correto afirmar que ludibriei qualquer colega. Sempre deixei muito claro o objetivo da CPI. Ele (padre Júlio) é uma das figuras que podem ser investigadas, mas o objetivo são as ONGs”, declarou.

Estadão conteúdo

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