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Política & Poder

Não há ministro da Saúde que consiga trabalhar com sabotagem de Bolsonaro, diz governador do RS

Eduardo Leite participou na manhã desta segunda de uma audiência da comissão temporária do Senado que discute medidas de enfrentamento à Covid-19

Redação Jornal de Brasília

15/03/2021 12h55

18.03.2019 – Prefeita Paula Mascarenhas realiza entrega de convite da Fenadoce 2019 ao governador Eduardo Leite – Foto: Gustavo Vara

DANIELLE BRANT
BRASÍLIA, DF

Um dos nomes apontados como alternativa no PSDB às eleições presidenciais de 2022, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, criticou nesta segunda-feira (15) a falta de articulação do governo federal e afirmou que o problema no Ministério da Saúde é a “sabotagem” feita pelo presidente Jair Bolsonaro.

Eduardo Leite participou na manhã desta segunda de uma audiência da comissão temporária do Senado que discute medidas de enfrentamento à Covid-19.

Além dele, também estiveram presentes seu colega de partido e nome também associado às eleições de 2022, o governador de São Paulo, João Doria, e os governadores do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).

Leite foi questionado sobre como via a possibilidade de substituição do ministro Eduardo Pazuello (Saúde), que ganhou força no final de semana. Um dos nomes cogitados para o posto do general, a cardiologista Ludhmila Hajjar deve recusar o convite de Bolsonaro para comandar o Ministério.

“O que eu vi depois de três trocas de ministros que o presidente já fez é que o problema está nas orientações que o presidente dá”, afirmou. “Não há ministro que consiga trabalhar com a sabotagem feita pelo próprio presidente da República às medidas necessárias para o combate ao coronavírus.”

Leite elogiou Pazuello e disse que o ministro sempre foi gentil, atencioso e disponibilizou os equipamentos e ferramentas. “Mas, quando a gente precisa avançar na articulação internacional na vacina e apoio para as medidas de distanciamento, são dois problemas que o presidente da República não tem ajudado”, disse.

“E aí fica difícil exigir que o ministro da Saúde consiga resolver. Precisamos do presidente sensibilizado. Se não for para oferecer ajuda, que seja para parar de oferecer ataques, agressões e atrapalhar o processo de enfrentamento da pandemia.”

O tucano também falou sobre a disputa mundial para obter vacina.

“Nunca antes na história da humanidade foi demandado fazer pesquisa, produzir vacina e distribuir na escala global como se está demandando agora, e tem a culpa do nosso governo, que colocou o Brasil no final da fila porque ficou negando durante muito tempo a importância das vacinas”, afirmou. “Foi negacionista, criticou, atacou as vacinas.”
Doria também fez fortes críticas à falta de coordenação do governo federal para conseguir imunizantes.

“Metade das mortes, senadoras e senadores, que hoje o Brasil contabiliza poderiam ter sido evitadas se não tivéssemos um governo negacionista e que continua sendo negacionista”, disse. “Este mesmo governo, há três semanas, publicou um edital para comprar mais cloroquina, quando deveria estar em busca de compra de vacinas e colocar as vacinas à disposição dos brasileiros.”

Doria afirmou que Bolsonaro “será condenado por tribunais internacionais”. “O que ele está promovendo no Brasil é um genocídio. Estamos matando os brasileiros, é inacreditável isso.”

O governador negou qualquer caráter eleitoreiro em suas críticas e afirmou não estar preocupado com a disputa de 2022. “Já disse, inclusive, se precisar não disputar, eu não disputo nada.”

O governador de São Paulo também falou sobre o fechamento de cassinos clandestinos no final de semana. O jogador Gabigol, do Flamengo, foi flagrado em um dos locais.

“Lamentavelmente um deles até com pessoas que deveriam dar exemplo de conduta e deram exatamente o pior exemplo, participando de uma atividade ilegal, sem máscara e com aglomeração”, disse. “Eu chamo isso de eventos da morte, são festas da morte, festas que levam as pessoas à contaminação”, afirmou.

Flávio Dino, do Maranhão, também criticou a falta de coordenação do governo federal e afirmou que a decisão do consórcio de governadores do Nordeste de comprar imunizantes não tem como objetivo burlar a prioridade do Plano Nacional de Imunização.

“As vacinas devem ser destinadas ao PNI. Apenas na eventualidade de o Ministério da Saúde não cumprir esse papel, estados e municípios devem consumar as contratações.”

Na mesma linha, Renato Casagrande, do Espírito Santo, cobrou o cumprimento do cronograma de vacinação e defendeu que o Congresso lidere um grupo também formado por governadores, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e integrantes do Ministério da Saúde para acompanhar o calendário de imunização.

As informações são da FolhaPress

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