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Política & Poder

Não faço política com ressentimento, diz Boulos sobre sabatina com Marçal; Nunes vê ‘desespero’

O deputado federal afirmou que o objetivo de sua participação é dialogar com os eleitores do autodenominado ex-coach, que teve 28% dos votos na capital paulista

Redação Jornal de Brasília

24/10/2024 14h07

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Foto: Reprodução

ISABELLA MENON, VICTÓRIA CÓCOLO E ANA LUIZA ALBUQUERQUE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O candidato Guilherme Boulos (PSOL) disse não fazer política com ressentimento ao justificar sua participação em sabatina online com Pablo Marçal (PRTB). O encontro foi marcado para esta sexta-feira (25), às 12h.

Ao longo da campanha, o candidato do PSOL foi um dos principais alvos de ofensas, factoides e mentiras divulgadas pelo influenciador, incluindo a divulgação de um laudo falso sobre uso de cocaína.

O deputado federal afirmou que o objetivo de sua participação é dialogar com os eleitores do autodenominado ex-coach, que teve 28% dos votos na capital paulista.

Eu não faço política com ressentimento ou rancor”, disse ao ser indagado se sua ida não representaria uma normalização da figura de Marçal no debate público.

“Diálogo que quero fazer é com as pessoas que votaram nele, que apostaram nele no primeiro turno, afirmou, aproveitando para alfinetar Nunes pelas ausências em debates no segundo turno.

“A minha diferença para o meu adversário é que eu tenho peito de vir aqui em frente ao mercado de São Miguel, abrir o microfone sobre mim e fazer qualquer pergunta”, disse.

“Não me recuso a dialogar com ninguém, acho que o diálogo faz parte da democracia, cada um que arque pela forma com que dialoga, postura que dialoga, respeito ou desrespeito que dialoga. Comigo será sempre com respeito.”

Em debate público em São Mateus, na zona leste, ele disse que “topar diálogo não é fortalecer uma figura”.

Já Nunes disse que a ida do adversário ao encontro promovido por Marçal é fruto de desespero pelo fato de estar atrás nas pesquisas de intenção de voto.

Nesta quinta-feira (24), o prefeito afirmou que “para um candidato que não foi para o segundo turno”, o autodenominado ex-coach tem “recebido muita atenção”.

A reportagem ainda perguntou para o prefeito se o comportamento de Marçal ao longo da campanha seria comparável com o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu apoiador. O prefeito se limitou a responder que “Bolsonaro foi presidente”

Nesta quinta, Marçal se referiu ao encontro como uma “entrevista de emprego”, acrescentando que não focará no passado e que fará “perguntas técnicas”.

“Vou conduzir com muito respeito. Para quem não sabe, antes de me candidatar eu era entrevistador, tenho o Marçal Talks”, afirmou em vídeo gravado no Coliseu, em Roma, na Itália. “Mandei mensagem para o Nunes no Whatsapp. Nunca troquei ideia com o Boulos, mas ele respondeu pelo Instagram que vai. Espero que o Ricardo vá.”

Em nota encaminhada à imprensa na quarta, o influenciador afirmou que a sabatina, que deve ser transmitida ao vivo em suas plataformas digitais, visa permitir que os candidatos “apresentem suas propostas e soluções para a cidade diretamente aos eleitores”.

O desafio foi lançado pelo influenciador na manhã daquele dia em suas redes sociais. “Eu chamo sem gracinha, sem diferenciação, fazer perguntas contundentes, falar aquilo que o povo quer falar. (…) Se um aparecer ou os dois aparecer [sic], o pau vai quebrar”, afirmou Marçal em vídeo.

Ainda na quarta, Boulos disse que aceitava o convite e que não tinha medo do diálogo. Aproveitou para criticar a ausência de Nunes em outros debates.

Na última semana, o candidato do PSOL cancelou a presença em três sabatinas, da revista Veja, da Jovem Pan News e da CNN.

Nunes, que faltou a entrevista, sabatina e dois debates, afirmou na quarta (23) que comparecerá ao encontro da TV Globo na sexta-feira (25) “se não tiver temporal”.

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