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Política & Poder

Na CPI, Queiroga afirma que Brasil comprou 430 milhões de doses

Ministério havia repassado informação errada, colocado em dúvida o número de imunizantes efetivamente contratados

Willian Matos

06/05/2021 12h12

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na CPI da Covid nesta quinta-feira (6) que o Brasil tem, ao todo, 430 milhões de vacinas contra a covid-19 efetivamente contratadas atualmente. O Ministério havia informado de forma equivocada que já estavam adquiridas 560 milhões de doses.

Perguntado sobre o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), quantas doses estão efetivamente compradas, Queiroga disse que são 430 milhões de doses. O ministro iria falar o número de 560 milhões, mas depois corrigiu para 430 milhões.

Entretanto, em ofício enviado à Câmara dos Deputados, a pedido do deputado federal Gustavo Fruet (PDT-PR), o Ministério da Saúde disse que, dos 560 milhões de doses informadas, apenas cerca de 280 milhões estariam efetivamente compradas, enquanto os outros 280 milhões estariam em fase de tratativas.

“Nessa informação que foi feita de maneira imprecisa para o deputado Gustavo Fruet, não se considera as vacinas da Fiocruz, porque esse acordo é feito através de transferência, de TED. Então, não há um contrato entre a Fiocruz e o Ministério da Saúde, e essas doses da Fiocruz não foram consideradas”, explicou Queiroga, afirmando que o Ministério “vai fazer uma retificação dessa informação”.

Na condição de testemunha e sob comprometimento de falar somente a verdade, Queiroga assegurou que o Ministério será preciso e transparente na comunicação do quantitativo de vacinas a partir de hoje. “Esse é o nosso compromisso”, disse o ministro.

Ministro se esquiva

Queiroga evitou falar abertamente sobre cloroquina e a recomendação do medicamento contra a covid-19. O ministro disse ainda que as declarações do presidente Jair Bolsonaro a favor do medicamento e contra o isolamento social, por exemplo, não atrapalharam na campanha de combate à doença.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou a Queiroga se ele compartilha das opiniões de Bolsonaro quanto ao uso do medicamento. O ministro esquivou-se, declarando que é necessário embasamento técnico para responder o questionamento. “Não faço juízo de valor”, disse.

O embate de Renan continuou. Em outra pergunta, o senador relembrou declarações de Bolsonaro e perguntou a Queiroga qual o impacto das falas do presidente no enfrentamento à doença. O ministro, então, respondeu: “Essas são posições externadas pelo presidente da República que eu penso que não tem impacto na campanha de vacinação. Mais de 85% [da população] em pesquisas mostram que querem receber a vacinação.”

O ministro disse ainda que não autorizou distribuição de cloroquina a estados e municípios. “Não autorizei e não tenho conhecimento de que esteja havendo distribuição de cloroquina na minha gestão”.

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