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Política & Poder

Mourão diz não temer Lula: “Se o povo quiser a volta do Lula, paciência”

Vice-presidente “acha difícil” que Lula vença as eleições 2022. Mourão admitiu ainda que a pandemia foi usada como palco para se fazer política

Willian Matos

11/03/2021 7h34

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), declarou na quarta-feira (10) que não teme uma possível candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Mourão até acredita que possa haver uma ruptura institucional caso Lula se candidate à presidência e vença, mas lembra que quem decide é a população.

“É aquela história: o povo é soberano. Se o povo quiser a volta do Lula, paciência”, declarou Mourão, em entrevista à Folha de S.Paulo. O vice-presidente, no entanto, não acredita que isso irá ocorrer. “Acho difícil, viu, acho difícil.”

Mourão frisa ainda as condenações de Lula quanto aos casos Tríplex e Sítio de Atibaia. “Podem anular o processo, podem mudar o juiz do jogo, mas uma coisa para mim é clara. O ex-presidente Lula foi condenado em três instâncias por corrupção. Isso aí não muda.”

O vice-presidente se esquiva quando a pergunta é polarização. “Tem muita espuma nesse chope. Tem de dar uma decantada nesse chope. Ele está com quatro dedos de espuma e ainda não chegamos no líquido”, declarou.

Covid, vacina e Pazuello

Na entrevista à Folha, Mourão também falou sobre pandemia, vacina e a relação que tem com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Sobre o ministro, o vice-presidente conta que, de vez em quando, dá uma “puxada de orelha nele”. “Eu digo: “Faz mais e fala menos”. Mais ou menos assim.”

Mourão afirma que vai, sim, se vacinar contra a covid, e que o presidente Bolsonaro também vai. “Eu vou para a fila normal. Não vai vir ninguém aqui me vacinar não. Eu vou na fila do drive-thru”, assegurou. “Ele [Bolsonaro] vai. A mãe dele já foi vacinada. Lógico que ele vai.”

Na visão do vice do Executivo brasileiro, a pandemia foi “usada politicamente”. “Essa pandemia foi usada politicamente tanto pelo nosso lado quanto pelas oposições. Isso foi até ruim. Esse uso político da pandemia é péssimo.”

“Desde o começo, não tenho dúvidas de que a vacina é a solução para que a gente, em primeiro lugar, proteja a saúde das pessoas. E, em segundo, assegure a retomada da economia e do nosso modo de vida. A minha avaliação é de que vamos chegar ao final do ano com 120 ou 130 milhões de pessoas vacinadas.”

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