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Política & Poder

Moro teve vaivém com Bolsonaro e candidatura antes de ação de cassação; veja em 5 pontos

Ex-juiz da Lava Jato abandonou magistratura no final de 2018 e ingressou formalmente na política

Redação Jornal de Brasília

16/12/2023 15h23

Foto: Agência Brasil

RANIER BRAGON

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Desde que abandonou a toga para entrar no governo Jair Bolsonaro (PL), no final de 2018, o senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) enfrentou vaivéns na sua vida política. Moro assumiu a pasta da Justiça com status de superministro, mas viu seu poder ser recorrentemente limado por Bolsonaro.

Ainda no ministério de Bolsonaro, Moro sofreu grande desgaste com as revelações da Vaza Jato, quando mensagens mostraram que ele, enquanto juiz, havia aconselhado e colaborado com a Procuradoria durante a Operação Lava Jato. Deixou o governo acusando o então presidente de tentar interferir na Polícia Federal.

Depois de um período no exterior, voltou ao país e ensaiou uma pré-candidatura à Presidência da República, mas mudou de partido e acabou se candidatando e se elegendo para o Senado. Agora, enfrenta um processo de cassação do mandato.

Veja os principais momentos em cinco anos de Moro na política.1) MINISTRO DE BOLSONARO

– 1.nov.2018 – Quatro dias após a eleição de Jair Bolsonaro, o então juiz da Lava Jato anuncia ter aceitado o convite do presidente eleito para assumir o Ministério da Justiça.

– 9.jun.2019 – Mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil e publicadas por diversos veículos, entre eles a Folha, revelam que Moro, enquanto juiz da Lava Jato, aconselhou e colaborou com a Procuradoria. A lei determina que um magistrado deve se manter imparcial diante das partes de um processo.

– 24.abr.2020 – Um ano e quatro meses depois de assumir o cargo, Moro deixa o governo após Bolsonaro decidir demitir o diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo. O ex-juiz da Lava Jato rompe com o presidente acusando-o de interferência política na Polícia Federal.

“Não tenho condições de persistir aqui, sem condições de trabalho. (…) Não são aceitáveis indicações políticas” – No pronunciamento de anúncio de sua demissão do governo

2) INICIATIVA PRIVADA

– 30.nov.2020 – A empresa de consultoria global de gestão de empresas Alvarez & Marsal, administradora judicial do processo de recuperação do Grupo Odebrecht, anuncia a contratação do ex-ministro da Justiça como sócio-diretor para atuar na área de disputas e investigações.

3) PRÉ-CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

– 10.nov.2021 – Um ano depois e de voltar ao Brasil, Moro se filia ao Podemos, em um evento em Brasília montado para servir de ponto de partida da sua candidatura ao Palácio do Planalto.

– 31.mar.2022 – Moro troca o Podemos pela União Brasil, desiste da candidatura à Presidência.

“Esse não é um projeto pessoal de poder, mas sim um projeto de país. (…) Se, para tanto, for necessário assumir a liderança nesse projeto, meu nome sempre estará à disposição do povo brasileiro.

Não fugirei dessa luta, embora saiba que será difícil.” – Discurso na solenidade de filiação ao Podemos

4) ELEIÇÃO AO SENADO

– 7.jun.2022 – O Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo decide que o ex-juiz não pode concorrer às eleições de 2022 pelo estado.

– 12.jul.2022 – Moro anuncia que irá disputar uma vaga no Senado pelo Paraná.

– 2.out.2022 – Moro é eleito senador com 1,9 milhão de votos, equivalentes a 34% dos votos válidos.

– 28.out.2022 – Após se reaproximar de Bolsonaro, Moro acompanha o então presidente a debates eleitorais, entre eles o realizado pela TV Globo no segundo turno, o último da campanha.

5) MANDATO DE SENADOR E PROCESSO DE CASSAÇÃO

– 1.fev.2023 – O ex-juiz toma posse de seu primeiro mandato eletivo.

– 21.jun.2023 – Moro vê o ex-advogado de Lula Cristiano Zanin ter a indicação ao Supremo Tribunal Federal aprovada pelo Senado.

– 14.dez.2023 – Ainda sob o impacto das críticas por ter aparecido sorrindo ao lado de Flávio Dino, o segundo indicado por Lula ao STF em 2023, Moro tem a cassação recomendada pelo

Ministério Público Eleitoral do Paraná por abuso de poder econômico na campanha eleitoral.

“Não me surpreende o intensivo ataque daqueles que desejam ocupar o cargo que legitimamente conquistei nas urnas, com o apoio do povo paranaense. Aos meus eleitores e apoiadores, digo: não divulgar o voto na indicação de autoridades é uma prerrogativa do parlamentar.” – Em resposta às críticas por não ter divulgado como votou na indicação de Flávio Dino ao STF

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