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Política & Poder

Maçom, Márcio França critica desinformação sobre o tema na campanha

Bolsonaristas mostraram desapontamento com o presidente, divulgando informações falsas associando a maçonaria ao comunismo e ao satanismo

FolhaPress

06/10/2022 20h37

Foto: Luis Blanco/Governo de São Paulo

Guilherme Seto
São Paulo, SP

O ex-governador Márcio França (PSB), que foi candidato ao Senado na chapa de Lula (PT) e hoje participa da campanha presidencial, diz que a maçonaria tem sido alvo de desinformação.

A maçonaria ganhou espaço no debate público desde segunda-feira (3), quando voltou a circular um vídeo em que Jair Bolsonaro (PL) discursa a membros do grupo.

Bolsonaristas mostraram desapontamento com o presidente, divulgando informações falsas associando a maçonaria ao comunismo e ao satanismo.

Perfis de esquerda e pró-Lula também aproveitaram para tentar desgastar politicamente Bolsonaro, repetindo estratégias adotadas no passado pelo presidente.

França, que é maçom, diz que a fraternidade de homens não é secreta, é discreta, e defende liberdade, igualdade e fraternidade.

“De José Bonifácio até hoje, sempre estiveram presentes nos movimentos políticos. Pelo fim da ditadura, pelas Diretas Já, pelas anistias. Não temos características religiosas. Só filosóficas. Somos por paz, harmonia e consensos”, afirma.

Muitos grupos religiosos comparam a maçonaria a uma seita. O Vaticano já afirmou que os princípios maçons são incompatíveis com a doutrina da Igreja Católica. Parte dos evangélicos também tem visão crítica sobre o tema.

França diz que as fake news disseminadas sobre a maçonaria estão ligadas a desinformação e atraso.

“Milhares de crianças e idosos sentem nossa ajuda. Não precisamos de rede de TV para propagar nossas benfeitorias. Aliás, quem faz o bem espontaneamente não deve cobrar a posição política de ninguém para entregar a gentileza”, completa o ex-governador.

Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que França é membro da loja Estrela Vicentina, de São Vicente, cidade na qual foi prefeito por dois mandatos (1997-2000 e 2001-2004).

“Pelo tamanho que a ordem tem, pela posição que os irmãos exercem no mundo profano, seria uma covardia, um desserviço, não atuar politicamente”, disse, em 2008, para a Rede Colmeia, um portal de integração maçônica.

“A nossa omissão ao longo desses últimos 20, 30 anos, de certa forma, ajudou a conduzir o país [no sentido] errado, com muitas distorções sociais”, afirmou, à época.

À época em que era prefeito de São Vicente, França colocou vários maçons em cargos do secretariado. Criou também um sistema para recepcionar sugestões e ideias de membros da entidade.

Quando a cidade recebia recursos para algum projeto, por exemplo, recorria a esse grupo para se aconselhar sobre a melhor destinação para a verba. “Não é à toa que fui reeleito com 93% [dos votos]”, disse, na entrevista de 2008.

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