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Política & Poder

Lula tem encontro reservado com Barroso, que vai presidir o STF em outubro de 2023

Barroso foi indicado para o STF por Dilma Rousseff (PT) em maio de 2013. Na época, ele já era um renomado advogado, e defendeu casos de grande repercussão

FolhaPress

23/11/2022 18h43

Mônica Bergamo
São Paulo, SP

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um encontro reservado em São Paulo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.

A conversa girou em torno de temas institucionais: o magistrado assumirá a presidência da Corte em outubro de 2023.
Procurado pela reportagem, Barroso não quis se manifestar.

Lula já tinha visitado o tribunal no dia 9 de novembro, em uma reunião registrada pela imprensa. Na ocasião, foi recebido por dez magistrados -o único ausente foi Barroso, que estava viajando. Agora, os dois tiveram a oportunidade de se encontrar.

Barroso foi indicado para o STF por Dilma Rousseff (PT) em maio de 2013. Na época, ele já era um renomado advogado, e defendeu casos de grande repercussão, como o que autorizou pesquisa com células-tronco embrionária, o direito à união de pessoas do mesmo sexo e a proibição do nepotismo.

Apesar de visões gerais convergentes com as do governo da época nestes temas, o ministro deu votos que contrariaram o PT em diversas ocasiões, especialmente na área penal.

Ele foi contra, por exemplo, o fim da possibilidade de prisão depois de julgamento em segunda instância -que permitiria que Lula fosse libertado, como acabou ocorrendo.

As divergências geraram críticas de apoiadores de Lula. Mas elas nunca descambaram para ataques pessoais ou institucionais, o que, segundo interlocutores de ambos, facilita hoje a abertura de um diálogo institucional.

Já o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), elegeu Barroso como um de seus alvos preferenciais quando posições que defendia foram contrariadas pelo magistrado.

Os ataques se intensificaram quando Barroso presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), defendendo a integridade das urnas eletrônicas e se contraponto a discursos golpistas de Bolsonaro, que atacava o sistema eleitoral.

Lula pretende conversar diretamente com outros magistrados do Supremo, segundo aliados.

O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), que acompanhou Lula na visita ao STF no começo do mês, afirmou depois à imprensa que a “era de ataques” aos magistrados da Corte “acabou”.

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