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Política & Poder

Lula se reúne com chanceler alemão para fortalecer laços entre governos

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne no Palácio do Planalto, com o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz

Redação Jornal de Brasília

30/01/2023 18h18

Foto: Reprodução/ TV Brasil

Nathália Maciel

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Nesta segunda-feira, 30, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne no Palácio do Planalto, com o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com representantes do setor industrial da Alemanha. A reunião tem como objetivo a entrega de uma declaração conjunta com 5 prioridades das indústrias dos dois países, além de estabelecer as prioridades para o comércio e o investimento bilaterais deste ano de 2023.

O momento oferece cooperação entre o Brasil e a Alemanha, podendo fortalecer os laços comerciais e políticos bilaterais entre as maiores economias dos respectivos continentes e projetar uma liderança regional compartilhada.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, ressaltou a importância de dar prioridade ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia. “Entendemos que o contexto atual reforça ainda mais a necessidade de concluir formalmente o Acordo Mercosul-UE. A indústria brasileira tem necessidade de aprofundar a integração internacional de forma estratégica e o avanço para a conclusão e posterior entrada em vigor do acordo seria um passo fundamental nessa direção, trazendo benefícios concretos no âmbito bilateral e regional da nossa parceria com Alemanha” explica Andrade.

“A Alemanha é um parceiro econômico estratégico para o Brasil. É importante que setor privado e governo dos dois países trabalhem lado a lado para debater formas de fortalecer e revitalizar a parceria para promover o crescimento de comércio, os investimentos e a cooperação tecnológica”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Lista com as 5 ações prioritárias listadas na declaração conjunta:

1. Concluir o Acordo UE-Mercosul

Para as instituições, o acordo realizado em 2019 é suficiente e tem compromissos comerciais equilibrados, justos e modernos. A conclusão é fundamental para aumentar o comércio bilateral, facilitando as trocas de bens e serviços de maior valor agregado e favorecendo investimentos de ponta, além de promover uma zona de comércio livre moderna, com um mercado de mais de 717 milhões de pessoas e cobrindo cerca de 20% da economia mundial e 31% das exportações mundiais de bens; e de estabelecer regras ambientais de alto padrão e compromissos de ação climática.

2. Modernizar o plano de ação da parceria estratégica entre a Alemanha e o Brasil

Em vigor desde 2008, o plano precisa ser modernizado e ampliado o quanto antes para abranger novas áreas de cooperação, que abrangem temas como descarbonização, digitalização/Indústria 4.0, segurança cibernética, inteligência artificial e eletrificação inteligente. O Brasil é o único país latino-americano com quem a Alemanha mantém essa parceria. As instituições que assinam a declaração conjunta se comprometem a colaborar com os dois governos para preparar e conduzir os temas econômicos.

3. Lançar negociações para um novo e moderno Acordo de Dupla Tributação (ADT)

Os tratados são fundamentais para impulsionar o comércio e os investimentos internacionais porque possibilitam a previsibilidade e estabelecem bases para uma prosperidade econômica comum a longo prazo. Os países tiveram um acordo há alguns anos, mas devido a divergências nas políticas fiscais e interpretações sobre tributação de serviços técnicos, preços de transferência e tributação presumida, o ADT foi denunciado e os países precisam, agora, de um novo e mais moderno tratado, alinhado às melhores práticas internacionais, usando o recente acordo Brasil-Reino Unido como referência para as três provisões mencionadas anteriormente.

4. Avançar no roadmap do Brasil para a entrada à OCDE

A entrada do Brasil na OCDE continua sendo uma prioridade para CNI, BDI e LADW. E avançar no sentido da coerência regulamentar, econômica, fiscal, ambiental, tecnológica e política entre as economias mundiais mais relevantes exige compromissos de longo prazo por parte dos governos e das partes interessadas do setor privado. A expectativa é que a entrada na organização promova a implementação de reformas estruturais e regulatórias, melhorando o ambiente de negócios no Brasil e sua competitividade econômica de forma geral, ao mesmo tempo em que deve garantir maior segurança jurídica para atrair investimentos estrangeiros.

5. Promover iniciativas bilaterais de digitalização e de da Indústria 4.0

É importante que os governos trabalhem em uma agenda de cooperação bilateral voltada para o desenvolvimento de soluções inovadoras e acessíveis relacionada aos desafios enfrentados pelas indústrias brasileira e alemã de crescer de forma eficiente e competitiva. No cenário atual, é necessário que as iniciativas abordem tópicos como a tecnologia 5G, a segurança cibernética e a transição energética sustentável. As medidas são essenciais para superar uma lacuna entre as inovações disponíveis no mercado e a capacidade das empresas industriais – principalmente das pequenas e médias empresas (PMEs) – de se beneficiarem com o aumento da sua produtividade e competitividade.

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