RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta terça-feira (7) a divulgação de fake news em relação às ações do governo federal e de outras entidades no enfrentamento às inundações no Rio Grande do Sul.
Em meio à tragédia no Sul do país, Lula também usou a sua fala em uma entrevista para atacar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), relembrando que ele andava de jet ski durante as enchentes na Bahia, em 2022.
“Eu lembro quando teve a cheia na Bahia, em 2022. Eu lembro que o presidente da República estava passeando em um jet ski em Fernando de Noronha e não se preocupou. Eu lembrei esse caso para chamar a atenção para o seguinte: ainda tem muita fake news contando mentira sobre o Rio Grande do Sul, desmerecendo as pessoas que estão trabalhando”, afirmou Lula
Lula concedeu entrevista a um conjunto de sete rádios: Nacional da Amazônia, Nova Brasil (SP), Banda B (PR), Verdinha (CE), Itatiaia (MG), Gaúcha (RS) e Centro América (MT).
O Planalto destacou que era uma edição especial do programa “Bom dia, ministro”, que recebe os titulares do governo para contar as ações de suas pastas. Dessa vez, chamou-se “Bom dia, presidente”.
A Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) informou que não se trata de uma substituição da live “Café com o presidente”, que parou de ser realizada por causa da baixa audiência.
O Rio Grande do Sul vem sofrendo há dias com fortes chuvas, que já deixou 90 mortos. O número de mortos pode aumentar ainda mais nos próximos dias, pois há um total de 132 desaparecidos, além de 361 feridos.
Várias cidades do estado, inclusive a capital Porto Alegre, estão embaixo de água. De acordo com a Defesa Civil, há 48.147 desabrigados, instalados em alojamentos cedidos pelo poder público, e 155.741 desalojados.
Do total de 497 municípios do estado gaúcho, 388 foram afetados pelas fortes chuvas da região.
Nesta segunda-feira (6), Lula enviou ao Congresso um projeto de decreto legislativo reconhecer estado de calamidade pública em parte do território nacional, em decorrência da tragédia climática no Rio Grande do Sul.
A proposta busca facilitar a liberação de verbas ao estado e já foi aprovada pela Câmara dos Deputados. Falta ser votada pelos senadores.
Sua aprovação abre caminho para descontar da meta fiscal do governo federal os gastos com assistência emergencial e recuperação do estado, bem como as eventuais renúncias de receitas necessárias para dar apoio ao governo gaúcho.