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Política & Poder

Lula eleva ataques e chama Bolsonaro de ‘facínora’ que usou fé de evangélicos

“Em todos os estados da federação que vou pergunto se alguém se lembra de alguma obra que aquela coisa inaugurou. […]”

Redação Jornal de Brasília

15/12/2023 18h38

Rio de Janeiro – Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do lançamento da campanha Se é público é para todos, organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas (Fernando Frazão/Agência Brasil)

LORENA GIORDINA E ITALO NOGUEIRA

SERRA, ES, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

O presidente Lula (PT) elevou nesta sexta-feira (15) o tom dos ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de “facínora”, “aquela coisa”, além de acusar o adversário político de “usar a fé dos evangélicos”.
Os ataques a Bolsonaro dominaram boa parte do discurso de Lula durante a inauguração de um contorno rodoviário na BR-101 em Serra (ES). Ao celebrar a obra, questionou a plateia sobre se o ex-presidente havia construído algum “metro de rodovia” no estado.

“Em todos os estados da federação que vou pergunto se alguém se lembra de alguma obra que aquela coisa inaugurou. […] Ele não inaugurou nenhuma obra aqui. Mas ele inaugurou o ódio entre filhos, pais, a mentira, as mais deslavadas mentiras. As intrigas entre famílias”, afirmou Lula.

“Tem família que não conversa mais. Tem pai que não conversa com filho. Tem filho que não conversa com a mãe. Tem irmão que não conversa com o irmão, por causa de um facínora que pregou o ódio durante quatro anos neste país. Mentiu e pregou o ódio.”

Lula também atacou Bolsonaro sobre mentiras divulgadas durante as eleições, segundo as quais o então candidato do PT poderia fechar igrejas.

“A gente vai provar que o que resolve o problema de um povo não é a instigação do ódio, utilizando a boa fé do povo evangélico para mentir. Dizendo que a gente ia fechar igreja, dizendo que a gente ia fazer banheiro unissex, isso ou aquilo”, disse ele.

Ao falar sobre religião, Lula disse que somente Deus poderia fazer com que uma pessoa com sua história de vida chegasse três vezes à Presidência da República.

“Eles têm que saber de uma coisa, que se tem um cara nesse país que acredita em Deus, é esse que está vos falando aqui. Por quê? […] Somente Deus poderia fazer que um filho de dona Lindu, semianalfabeto, que não morreu de fome, fosse eleito três vezes presidente deste país”, disse ele.

“Somente Deus é que poderia fazer um menino de 5 anos de Garanhus, com sete irmãos, predestinados a morrer de fome, sair num pau-de-arara em Pernambuco, andar 13 dias até São Paulo, chegando lá encontramos meu pai com outra família. A minha mãe separou do meu pai, nós fomos morar sozinhos. E esse filho, que escapou da morte até os 5 anos de idade, que não teve diploma universitário, é o presidente da República mais eleito deste país. Isso só pode ser coisa de Deus.”

O presidente também criticou Bolsonaro por sua ausência durante o período de transição de governo e o classificou como “um cidadão que não merecia nenhum respeito”.
“Faltava dois meses para tomar posse e tivemos que começar a governar este país, porque este país não tinha sequer orçamento para que a gente sequer administrasse 2023. E ainda colocamos na PEC da Transição dinheiro para pagar as contas dele, de um cidadão que não merecia nenhum respeito.”

Durante o evento, um homem que estava na plateia provocou uma pequena confusão ao gritar palavras de ordem contra o comunismo. Ele foi retirado do local por seguranças antes do discurso do presidente, que não notou a movimentação.

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