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Política & Poder

Lula diz que nordestino não vota em Bolsonaro e o provoca a buscar milicianos

A região que concentra quatro a cada dez eleitores do país foi também onde Lula teve as piores surpresas do primeiro turno

FolhaPress

06/10/2022 14h29

Foto: Divulgação

Lucas Borges Teixeira e Thaís Augusto
São Paulo, SP

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provocou nesta quinta-feira (6) o presidente Jair Bolsonaro (PL) por sua fala preconceituosa contra nordestinos. Em ato em São Bernardo do Campo (SP), o petista disse que quem é a região não vota no presidente, que deveria pedir voto “para miliciano”.

“Quem tiver uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse negacionista, nesse monstro que governa esse país. Ele tem que aprender uma lição. Ele que vá pegar voto de miliciano, daqueles que mataram Marielle”, afirmou o ex-presidente Lula durante discurso desta quinta em São Bernardo.

“Ele que vá pegar voto daqueles que foram responsáveis pelas mortes na pandemia, vá pedir voto da quadrilha chefiada pelo Queiroz, pedir voto pra quem está organizando rachadinha dos filhos no Rio”, continuou Lula.

Na caminhonete, estavam ainda Fernando Haddad (PT), candidato ao governo do estado, o deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Janja da Silva, esposa do petista.

De volta às origens. Lula saiu do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC às 12h e transitou por cerca de 2 km durante 1 hora na cidade onde morou grande parte da sua vida e onde construiu carreira política.

O cortejo parou na Praça da Matriz, onde eles discursaram em cima de um ônibus do sindicato usado para discursos durante as grandes greves dos anos 70 e 80.Lula também escolheu São Bernardo para o primeiro evento oficial de campanha, com ato em porta de fábrica. Embora a cidade tenha valor simbólico, há um questionamento dentro da campanha sobre ser um ato em que o ex-presidente basicamente prega para convertido, sem mirar “para fora da bolha”, como havia prometido.

O evento inaugura um novo momento da campanha petista para este segundo turno. A cúpula lulista definiu que o ex-presidente participe menos nos grandes comícios, como fez durante toda a primeira etapa, e aposta mais em modelos híbridos, como caminhadas.

A avaliação é que grande comícios gastam muito dinheiro e falam apenas para militantes. Com caminhadas, por sua vez, eles conseguem impactar -e, consequentemente, mostrar força- para um público que não é exatamente convertido.

O ex-presidente também focará esta primeira semana nos três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Nesta sexta (7), fará uma caminhada em Guarulhos, também na Grande São Paulo, e no sábado (8), vai a Campinas, no interior paulista. No domingo (9), volta a Belo Horizonte e na terça (11), vai à Baixada Fluminense, no Rio.

A região que concentra quatro a cada dez eleitores do país foi também onde Lula teve as piores surpresas do primeiro turno.

A campanha petista não só esperava vencer em São Paulo como ter Fernando Haddad (PT) em primeiro, mas acabou atrás de Bolsonaro e com Haddad na poeira do ex-ministro bolsonarista. Em Minas, a expectativa que a vantagem de Lula fosse maior e, no Rio, que a vantagem de Bolsonaro fosse menor.

Agora, Lula quer reverter essa situação apostando em visitas presenciais.

Os atrasos, tão recorrentes durante toda a campanha, haviam diminuído nas duas últimas semanas do primeiro turno. Em alguns comícios, como de Belém, pessoas passaram mal durante a espera por causa do calor.

Nesta quinta, a caminhonete com Lula chegou ao sindicato às 12h, duas horas após o horário marcado.

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