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Política & Poder

Lava Jato negociou paralelamente com EUA multa da Petrobras

Ainda de acordo com o documento, 80% dos recursos, cerca de R$ 682 milhões, seriam destinados ao Brasil

Redação Jornal de Brasília

16/04/2024 15h52

Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ

Durante o julgamento da Lava Jato, o Ministério Público Federal (MPF) supostamente negociou paralelamente uma “flexibilização de regras” com autoridades dos Estados Unidos. Segundo relatório da corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a conversa visava parte da multa de R$ 853,2 milhões, aplicada pelo governo dos EUA à Petrobras.

Segundo a jornalista Andréia Sadi, o documento afirma que “ações [que] ocorreram sob o argumento legítimo da cooperação internacional” foram baseadas em “articulações que apontam para a negociação paralela de flexibilização das regras e focada no retorno de parte da multa que viria a ser aplicada pelo governo americano à Petrobras.”

O relatório, elaborado pelo corregedor nacional de Justiça Luís Felipe Salomão, deverá ser pautado pelo CNJ nesta terça-feira (16). Com isso, o hoje senador Sergio Moro (Podemos-PR) poderá ser punido, já que, na época, comandava a 13ª Vara.

Ainda de acordo com o documento, 80% dos recursos, cerca de R$ 682 milhões, seriam destinados ao Brasil. Após o pagamento em 2019, a juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro, determinou que os valores fossem repassados para uma fundação gerida por integrantes da própria Lava Jato.

Hardt foi afastada do cargo por decisão de Salomão nessa segunda-feira (15). Segundo o corregedor, a negociação teria sido uma espécie de “cashback”. “É bem verdade que a denominada ‘Operação Lava Jato’ desbaratou um dos maiores esquemas de corrupção do país. No entanto, constatou-se – com enorme frustração – que, em dado momento, a ideia de combate à corrupção foi transformada em uma espécie de ‘cash back’ para interesses privados”, escreveu.

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