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Política & Poder

Lava Jato “não só não acabou como mal começou”, diz Fachin

Para o ministro, relator das investigações no Supremo, o que pode estar prestes a acabar é o “lavajatismo”

Redação Jornal de Brasília

10/02/2021 7h45

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9) que a operação Lava Jato “não só não acabou como mal começou”. Para Fachin, relator das investigações no Supremo, o que pode estar prestes a acabar é o “lavajatismo”, a doença infantil que surgiu da Lava Jato, segundo ele.

O “lavajatismo”, na visão do ministro, de um lado só vê defeitos nas apurações e, de outro, só enxerga qualidades na atuação da operação. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Fachin afirmou que a Lava Jato chegou no “andar de cima”.

“O que acabou foram as forças-tarefas. A operação denominada Lava Jato não acabou e nem poderia, porque continua a independência dos membros do Ministério Público para investigar, e sempre que houver indícios de irregularidade e desvio de recursos deverão atuar”, afirmou o ministro.

“Do ponto de vista do resultado que se apresentou nesse período, entendemos que a Lava Jato, como em todas as ações humanas, tem virtudes e tem defeitos, mas não tenho a menor dúvida de que virtudes superam os defeitos.”

Fachin falou ainda que a corrupção por parte de agentes do Estado demonstra “sintomas de revigoramento”. O ministro também está preocupado com as eleições de 2022 e critica a participação de militares da ativa no governo federal.

“Quando se observa o panorama presente, começa a se verificar que alguns episódios de corrupção que pareciam em tese banidos do cenário nacional voltam a se apresentar, basta ver os jornais de 2018 para cá. Isso significa que há um sistema de forças que se alimenta das três corrupções. A que centraliza o poder e que vai contra democracia, a corrupção que sustenta as relações espúrias do poder econômico com o Estado e a dentro do próprio Estado. Há numerosos episódios recentes que revelam certo revigoramento.”

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