Um dia depois da ação da Polícia Federal no Ministério do Turismo, comandado pelo PMDB, a tentativa da presidente Dilma Rousseff de se aproximar de seus aliados na Câmara não surtiu efeito e a crise com a base parlamentar chegou ao maior ponto de tensão nesses primeiros oito meses de governo. Menos de três horas depois de Dilma reunir o Conselho Político, chamar os ministros de competentes e distribuir afagos, os deputados da base começaram a fazer obstrução na Câmara e se negaram a votar qualquer proposta até a próxima semana.
O movimento de insatisfação com a presidente e com o seu comando político é fortemente influenciado pelas “faxinas” promovidas em ministérios e pela demora na liberação de emendas dos parlamentares. A presidente, ao abrir a reunião do conselho convocado para discutir a crise econômica internacional, falou da necessidade de estreitar as relações com a base.
Na linha de gentilezas, segundo participantes do encontro, a presidente disse aos líderes aliados que a liderança de um País como o Brasil é feita pela presidente da República, mas que ela tinha consciência de que tal liderança é exercida em conjunto com os agentes políticos.
O pico de insatisfação da base coincidiu com a divulgação do resultado de pesquisa de opinião apontando queda na popularidade da presidente Dilma. “Ela já perdeu 6 pontos. Daqui a pouco, ficará mais afável com a base”, comentou um aliado. Um petista reagiu de outro modo: disse estar preocupado com a possibilidade de a base aproveitar esse fato, se a queda continuar, para endurecer a relação com a presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.