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Política & Poder

Hacker preso pela PF diz ter conversado com Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas

Segundo o hacker, Bolsonaro perguntou a ele se conseguiria invadir as urnas caso estivesse em posse do código-fonte

Camila Bairros

02/08/2023 12h41

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O hacker Walter Delgatti Neto, preso pela Polícia Federal (2) nesta quarta-feira na Operação 3FA, afirmou em depoimento ter tido uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir sobre as urnas eletrônicas.

A operação foi deflagrada para esclarecer a atuação de indivíduos na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva no estado de São Paulo, e três mandados de busca e apreensão no Distrito Federal.

Delgatti é famoso por ter invadido contas de Telegram de procuradores da Lava Jato, e teve encontros em agosto de 2022 com integrantes da campanha e aliados do então presidente Bolsonaro.

Segundo o hacker, Bolsonaro perguntou a ele se conseguiria invadir as urnas caso estivesse em posse do código-fonte. “Isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá”, disse o trecho do depoimento.,

Ainda na fala, ele afirmou que a deputada Carla Zambelli esteve envolvida nos atos que resultaram na invasão dos sistemas do CNJ e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.

Entre as informações fraudulentas incluídas no sistema havia um falso mandado de prisão de Alexandre de Moraes contra ele mesmo.

O inquérito policial que apura os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica tramita no STF, devido à presença de Zambelli – por ser deputada, ela conta com prerrogativa de foro por função

Delgatti, por sua vez, responde a outro processo, no âmbito da Operação Spoofing, sobre a invasão de celulares de procuradores da Lava Jato.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta, Zambelli afirmou que Delgatti ofereceu “uma espécie de auditoria das urnas eletrônicas durante o primeiro e segundo turnos e passou informações sobre tecnologia a Bolsonaro, que questionou sobre a confiabilidade das urnas. “A conversa foi privada, mas ele [Delgatti] disse ao presidente que nenhum sistema tecnológico é confiável. A partir dali, não houe qualquer outro contato com Bolsonaro”, finalizou a deputada.

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