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Política & Poder

Governo Lula não tem nenhum homem preto ministro após demissão de Silvio Almeida

No total, são 9 dos 38 chefes de ministérios do atual mandato petista que se declaram pretos ou pardos

Redação Jornal de Brasília

10/09/2024 10h09

silvio almeida lula

Marcelo Camargo/Agência Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Com a demissão de Silvio Almeida e a entrada de Macaé Evaristo (PT) no Ministério dos Direitos Humanos, o governo Lula (PT) não tem nenhum ministro homem autodeclarado preto, apesar de haver mulheres autodeclaradas pretas e pardas, além de homens pardos.

No total, são 9 dos 38 chefes de ministérios do atual mandato petista que se declaram pretos ou pardos.

Há ainda o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), que é autodeclarado indígena.

Macaé, que foi anunciada como a nova ministra dos Direitos Humanos, é autodeclarada preta.

Para obter a informação, a Folha utilizou o critério de autodeclaração, seja nos registros de candidatura do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), seja em falas públicas. Nos casos dos nomes em que a informação não estava disponível, a reportagem indagou a cada um como se declarava.

Antes de tomar posse, Lula foi cobrado a compor um ministério diverso, com menos homens e mais pessoas não brancas. O próprio presidente eleito disse durante a primeira leva de anúncios que o grupo de ministros teria um perfil diverso.

Apesar disso, o presidente foi deixando o tema de lado. A presença feminina na Esplanada de Lula foi diminuindo com o esforço do presidente para dar mais espaço ao centrão e ampliar sua base no Congresso Nacional.

Lula também realizou duas indicações ao STF (Supremo Tribunal Federal), e em ambas foi pressionado para escolher uma mulher negra. Na primeira, indicou Cristiano Zanin, homem branco. Na segunda, indicou Flávio Dino, que se autodeclara pardo, mas não está pessoalmente ligado à pauta racial.

VEJA QUEM SÃO OS MINISTROS AUTODECLARADOS NEGROS NO GOVERNO LULA:

– Anielle Franco (PT), ministra da Igualdade Racial: a irmã da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), morta em 2018, se declara preta e é especialista em relações étnico-raciais

– Luciana Santos (PC do B), ministra da Ciência e Tecnologia: declarou-se parda em 2018, ao concorrer ao cargo de vice-governadora

– Margareth Menezes, ministra da Cultura: a cantora se autodeclara preta e sempre levanta o assunto em discussões e músicas

– Marina Silva (Rede), ministra do Meio Ambiente: declarou-se preta nas eleições de 2022, quando foi eleita deputada federal

– Juscelino Filho (União Brasil), ministro das Comunicações: declarou-se pardo em 2022 ao tentar a reeleição para a Câmara dos Deputados

– Rui Costa (PT), ministro-chefe da Casa Civil: declarou-se pardo em 2014 e 2018, quando foi eleito e reeleito governador da Bahia

– Carlos Lupi (PDT), ministro da Previdência Social: declarou-se pardo em 2014

– Waldez Góes, ministro da Integração: se declarou pardo em 2018, ao concorrer ao Governo do Amapá

– Macaé Evaristo (PT), ministra dos Direitos Humanos: declarou-se preta nas eleições de 2022 ao tentar vaga na Assembleia de Minas Gerais

OUTRAS AUTODECLARAÇÕES

– Wellington Dias (PT), ministro do Desenvolvimento Social: ele se declarou indígena em 2022, ao concorrer ao Senado

– Sônia Guajajara (PSOL), ministra dos Povos Indígenas do Brasil: ela se declarou indígena em 2022, ao concorrer a deputada federal por SP

EX-MINISTROS AUTODECLARADOS NEGROS NO GOVERNO LULA

– Flávio Dino, ex-ministro da Justiça: se autodeclarou pardo em 2022 para concorrer ao Senado pelo Maranhão; foi indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal) por Lula

– Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos: sempre se declarou preto e atuava em torno de pautas antirracistas; foi demitido após acusações de assédio sexual, inclusive contra Anielle Franco

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