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Política & Poder

Governo encaminha nos próximos dias projeto de ancoragem fiscal, diz Alckmin

“Temos inúmeros desafios, mas dois mais imediatos: imposto e custo do dinheiro, juros”, apontou Alckmin

Redação Jornal de Brasília

20/03/2023 12h53

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo deve encaminhar nos próximos dias o projeto de ancoragem fiscal, que combina curva da dívida, superávit e controle de gastos, afirmou nesta segunda-feira, 20, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

“Acho que o governo encaminha nos próximos dias o projeto de ancoragem fiscal”, disse Alckmin, durante o seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, promovido pelo BNDES em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no Rio de Janeiro.

“Temos inúmeros desafios, mas dois mais imediatos: imposto e custo do dinheiro, juros”, apontou Alckmin.

Reforma tributária e taxa de juros

Ele acrescentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já “está empenhado” na aprovação da reforma tributária.

Quanto aos juros, Alckmin defendeu que não há nada que justifique o juro real de 8% no Brasil.

Segundo ele, não há demanda explodindo, e o mundo inteiro tem “praticamente juros negativos”. Ao mesmo tempo, ele defendeu a necessidade de “desenvolvimento com estabilidade”, sem volta da inflação. “Não pode voltar a inflação. Inflação não é socialmente neutra, ela tira do mais pobre para os mais ricos”, discursou.

Reoneração dos combustíveis

O vice-presidente defendeu a forma como o atual governo conduziu a reoneração dos combustíveis. “Seria muito confortável e populista dizer que não vou cobrar nada de imposto”, disse. “O governo agiu de maneira correta”, acrescentou.

Alckmin listou os esforços do governo federal para o que definiu como movimento de “neo-industrialização”. Ele deu como exemplo a recente desburocratização da exportação de frango para a União Europeia, cuja burocracia foi digitalizada desde 1º de março, reduzindo custos a produtores e exportadores.

Alckmin também mencionou o fato de a placa de aço carbono ter sido retirada de lista anti-dumping dos EUA. “Temos que vencer essa cultura cartorial, simplificar as coisas. A população quer as coisas simplificadas, mais eficientes”, disse.

Ele afirmou que “até ontem”, havia uma busca da indústria por países onde se poderia fabricar bens bem e barato. Nesta equação, teria sido acrescentado o fator da compensação das emissões de carbono. “Aí o Brasil passa a ter oportunidade extraordinária. Somos a bola da vez no sentido de atrair investimentos, mercado de carbono, energia limpa. O mundo vai depender de três países, Brasil, Indonésia e Congo, onde estão as três florestas tropicais que podem segurar as mudanças climáticas”, disse.

A esse respeito, ele sublinhou a “postura firme” do governo no combate ao desmatamento ilegal e disse que não é o agricultor quem faz desmate, mas o “grileiro de terra” na esperança de que o governo lhe dê o título da terra à frente. “Falta rigor da lei”, disse. Alckmin encerou o discurso defendendo “desenvolvimento inclusivo”, no que apontou o aumento real do salário mínimo, que vinha congelado há alguns anos.

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