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Política & Poder

Governo de PE vê indícios de incêndio criminoso em casa de presidente eleito da União Brasil

Os bombeiros apontam a sala dos imóveis como “o local presumido da origem do incêndio”. A área total atingida é de 30 metros quadrados

Redação Jornal de Brasília

12/03/2024 18h44

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

JOSÉ MATHEUS SANTOS

RECIFE, PE (FOLHAPRESS)

O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, afirmou nesta terça-feira (12) ver indícios de crime no incêndio que atingiu casas do presidente eleito da União Brasil, o advogado Antônio Rueda, e sua irmã, Maria Emília Rueda, tesoureira do partido.

“Há indícios mais do que suficiente de que o incêndio seria criminoso porque aconteceu em duas casas”, disse durante entrevista coletiva. “Suspeita não temos. Só vamos ter retorno sobre autoria quando o inquérito for concluído.”

De acordo com o secretário, a polícia já colheu depoimentos e uma perícia foi realizada no local na manhã desta terça, com duração de mais de seis horas. O laudo deve ser entregue em até dez dias aos investigadores.

Imagens de câmeras de segurança do local foram coletadas e serão analisadas pela polícia. O caso é tratado como prioridade em razão da repercussão política, segundo Carvalho, e “para que nenhuma prova técnica seja perdida”.

Relatórios do Corpo de Bombeiros indicam que fogo, ocorrido na noite de segunda (11), destruiu diversos móveis das casas, na praia de Toquinho, no litoral sul do estado, segundo informações de relatórios internos do Corpo de Bombeiros ao qual a Folha de S.Paulo teve acesso.

Antônio Rueda e Emília Rueda constam no boletim de ocorrência como vítimas. O presidente eleito da União Brasil estava nos Estados Unidos, segundo integrantes do partido, e antecipou retorno ao Brasil para esta terça após ter conhecimento do caso.
Atual presidente da legenda, Luciano Bivar, ex-aliado de primeira hora de Rueda, negou envolvimento no incêndio. A União

Brasil atravessa há meses uma série de brigas internas que opõem Bivar e o grupo de Rueda, do qual também faz parte o ex-prefeito de Salvador ACM Neto.

De acordo com relatório interno do Corpo de Bombeiros, o incêndio atingiu, em um dos imóveis, duas portas de vidro, uma mesa, três ares condicionados, sofás, adega, cama de casal, forro de gesso, paredes, luminárias da sala e tomadas elétricas da parte inferior.

Em outro imóvel, dois sofás, duas cadeiras, três almofadas, dois ares condicionados, um centro, luminárias e tomadas da parte inferior, forro de gesso, piso e paredes foram danificados.

Os bombeiros apontam a sala dos imóveis como “o local presumido da origem do incêndio”. A área total atingida é de 30 metros quadrados. Os imóveis têm revestimento estrutural de alvenaria.

Nesta terça, os deputados federais Fernando Filho e Mendonça Filho, ambos da União Brasil e rompidos politicamente com Bivar, enviaram ofício à governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), pedindo rigor e celeridade nas investigações. A nota enviada à imprensa pelos dois parlamentares diz que os incêndios têm “características de ação criminosa” e pede que “os executores e os mandantes sejam punidos”.

Em nota, Rueda afirmou que ele e a irmã pediram à Polícia Civil “célere e rigorosa investigação dos fatos” e disse que “não descarta a possibilidade de um atentado motivado por questões político-partidárias”, embora não tenha dado mais detalhes.

“Antonio de Rueda e Maria Emília de Rueda [tesoureira da União Brasil] confiam na minuciosa apuração dos fatos e afirmam que não irão se intimidar diante de qualquer ameaça.”
Rueda, vice-presidente da União Brasil, foi eleito no final do mês passado pelos correligionários para comandar a sigla a partir de junho. O atual presidente, Luciano Bivar, porém, afirma que a convenção não teve validade e contesta o resultado.

O futuro presidente tem amplo apoio na União Brasil. Também defendem a troca de Bivar por Rueda nomes de peso na legenda, como o senador Davi Alcolumbre (AP) e os ministros do Turismo, Celso Sabino, e das Comunicações, Juscelino Filho.
Bivar, por sua vez, chamou a convenção que elegeu Rueda de ilegítima e clandestina e falou em questioná-la na Justiça.

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