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Política & Poder

Gleisi diz que comando de Bolsonaro para ‘extirpar Lula’ levou a assassinato em MT

Arruda era tesoureiro do PT na cidade e foi candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020

FolhaPress

09/09/2022 14h00

Fotos: Divulgação

Mônica Bergamo
São Paulo, SP

A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), atribuiu o assassinato de um apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Confresa, no Mato Grosso, a um suposto “comando de violência” dado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em publicação nas redes sociais, a parlamentar lembrou que o episódio ocorre quase dois meses após o assassinato do petista Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PT).

“A um dia de completar dois meses do assassinato do Marcelo Arruda, do PT, por um bolsonarista, outro bolsonarista assassinou com facadas um apoiador do Lula, no MT. O comando de violência que dá Bolsonaro para extirpar Lula e os petistas leva a isso. O assassino é você, Bolsonaro”, disse a presidente do PT.

O apoiador de Lula foi morto na quinta-feira (8) por um apoiador do atual presidente da República após uma discussão.

Autor do crime, Rafael de Oliveira, 24, passou por audiência de custódia, e a Justiça de Mato Grosso manteve a prisão preventiva. Ele confessou, segundo a polícia, ter matado a facadas o colega de trabalho Benedito Cardoso dos Santos, 44, depois de uma discussão política.

De acordo com a polícia, o autor tentou decapitar a vítima e, após o crime, ainda filmou o corpo.

O assassinato ocorreu na madrugada em uma fábrica de cerâmica localizada na zona rural do município de Confresa, que tem 32 mil habitantes. A decisão da prisão preventiva foi assinada pelo juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes e divulgada em audiência de custódia na tarde de quinta-feira.

Em depoimento, segundo a polícia, o servidor confessou o assassinato alegando que, em dado momento, a discussão ficou acalorada e ambos os envolvidos trocaram socos. Diante das agressões, o rapaz alegou ter “saído de si” e matado o colega de trabalho com golpes de faca no rosto da vítima.

De acordo com o delegado Higo Rafael Ferreira de Oliveira, a polícia foi acionada pela manhã após encontrarem o cadáver. Oliveira tentou fugir, mas foi encontrado e levado à delegacia.

Ainda de acordo com o delegado, após assassinar Santos, Oliveira tentou decapitá-lo com um machado. Efetuou um golpe no pescoço dele, mas não conseguiu concluir o ato.

A Polícia Civil apreendeu o celular de Oliveira e encontrou vídeo e fotos da vítima após assassiná-lo. A reportagem tentou entrar em contato com a defesa do agressor, mas não obteve sucesso.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, episódios ligados a ameaças, ataques e tensão relacionados à disputa eleitoral têm se acumulado no Brasil desde a pré-campanha.

Em julho, um policial penal federal bolsonarista invadiu uma festa de aniversário e matou a tiros o guarda municipal e militante petista Marcelo Aloizio de Arruda, em Foz do Iguaçu (PR).

Arruda era tesoureiro do PT na cidade e foi candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020. No partido havia mais de dez anos, ele concorreu a vereador e a vice-prefeito pela sigla em eleições municipais recentes.

Segundo os relatos à polícia, Guaranho passou de carro em frente ao salão de festas dizendo “Aqui é Bolsonaro” e “Lula ladrão”, além de proferir xingamentos. Ele saiu após uma rápida discussão e disse que retornaria.

De acordo com as testemunhas, Arruda então foi ao seu carro e pegou uma arma para se defender.
Guaranho de fato retornou, invadiu o salão de festas e atirou em Arruda. O petista, já ferido no chão, também baleou o bolsonarista. Uma câmera de segurança registrou o crime.

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