Em mais uma sessão de depoimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), o coronel Jean Lawand Júnior foi o ouvido da vez. Seu nome veio à tona após uma conversa em tom golpista entre ele e Mauro Cid vazar. No diálogo, ele propôs impedir a posse do presidente Lula (PT).
“Pelo amor de Deus, Cidão (Mauro Cid). Faz alguma coisa. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”, disse ele em dezembro de 2022. Sobre essa mensagem, Lawand disse ter sido “infeliz”.
“Esta colocação minha, eu fui muito infeliz. Sou um simples coronel conversando num grupo de WhatsApp com um amigo. Não tinha comandamento, não tinha condições, não tinha motivação para qualquer tipo de golpe. Essa observação minha foi muito infeliz porque eu não tenho contato com ninguém do alto comando. Então, fui infeliz, me arrependo”, disse o coronel em seu depoimento.
De acordo com ele, que havia sido autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a ficar em silêncio, para não se incriminar, a mensagem não teria um tom golpista. Lawand disse que queria que Bolsonaro apaziguasse os ânimos, que ficaram exaltados após o resultado das eleições, em outubro de 2022.
Naquela ocasião, manifestantes pró-Bolsonaro se juntaram e montaram um acampamento no QG do Exército, em Brasília, onde ficaram até janeiro, tendo invadido a Praça dos Três Poderes naquele fatídico dia 8.
Após a fala de Lawand, o deputado Rogério Correia (PT-MG) o acusou de mentir em seu depoimento, pedindo que ele saísse preso da CPMI.