Os procuradores da Força-Tarefa Greenfield ratificaram integralmente a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Geddel Vieira Lima, seu irmão, Lúcio Vieira Lima, a mãe deles, Marluce Vieira Lima e outras cinco pessoas. A PGR apontou o crime de peculato, referente à apropriação de recursos ligados ao pagamento de salários de secretários parlamentares. Segundo a ação, foram desviados mais de R$ 5,2 milhões. Popularmente, a prática é conhecida como “rachadinha”.
A denúncia inicial foi apresentada em 2018 pela ex-procuradora-geral Raquel Dodge, quando Lúcio Vieira Lima ainda era deputado federal, e ratificada na terça-feira (3). Com o fim do mandato, o processo foi enviado à 1ª instância e, por prevenção, distribuído à FT Greenfield. Isso porque a FT já atuava em casos ligados ao crime investigado nas operações Cui Bono e Sépsis.
As investigações que resultaram na denúncia foram instauradas na apuração dos R$ 51 milhões encontrados no apartamento utilizado por Geddel Vieira Lima, em Salvador (BA). O MPF descobriu que a fortuna era fruto de corrupção e peculato. Nesse universo, foi possível verificar que até 80% dos vencimentos destinados a secretários parlamentares, ligados a Lúcio, eram destinados à família Vieira Lima.
De acordo com as provas coletadas, ficou claro que os assessores atuavam para suprir interesses domésticos, pessoais e de negócios dos Vieira Lima. Entre as atividades desenvolvidas pelos assessores, a denúncia cita serviços de contabilidade, de motorista e até de cuidador. Um dos funcionários chegou a trabalhar 27 anos com pagamentos financiados pelos cofres públicos.