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Política & Poder

Formosa cobra mais emprego e segurança

Arquivo Geral

26/09/2016 7h00

Valdir Viana cobra transporte melhor para Brasília e, em especial, mais espaço para trabalhar (Foto: Hugo Barreto)

Eric Zambon
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Formosa (GO) necessariamente terá uma cara nova na prefeitura após as eleições municipais de 2 de outubro. O atual prefeito Itamar Barreto (PSD) desistiu de tentar a reeleição e abriu caminho para as candidaturas de Ernesto Roller (PMDB), que bateu na trave em 2012, Professor Mirim (PT), ilhado politicamente por recusar alianças com partidos apoiadores do impeachment de Dilma Roussef, e Rodrigo Lacerda (PSB), ligado à atual gestão.

Nas ruas, as demandas não se diferenciam do resto do País. Educação, Saúde e Segurança são sempre citados como necessidades, mas um aspecto parece convergir os problemas: a falta de empregos.

“Precisava era ter mais empresa, mais fábrica por aqui, porque está muito difícil conseguir vaga. Só agora com a eleição mesmo”, brinca o motorista Valdir Viana, de 40 anos, que estava há dois meses sem serviço até conseguir oportunidade na campanha de um dos candidatos.

“Precisa melhorar também o transporte para Brasília. Quando eu preciso é sofrível”, reclama. Apesar dos problemas, ele acredita que a cidade tenha ficado melhor para se viver nos últimos anos, com mais acesso à Saúde, inclusive.

O produtor rural Darci Gonçalvez, de 40 anos, tem uma visão diferente, e critica bastante a gestão do atual prefeito. “No meu caso, ele prometeu estradas na área rural onde eu moro e eu nunca vi a cor disso. Era o sonho dele ser prefeito aqui. Quando conseguiu, não foi bem”, avalia o homem, que admite ter votado em Itamar Barreto e se decepcionado.

“O transporte está ruim também, mas outra coisa que me preocupa é a violência. Lá no mato o pessoal invade terreno, mata gado, mata gente. Está mais perigoso que a cidade”, reivindica.

As mortes fazem parte do cotidiano formosense, e portanto o combate a violência é a bandeira principal dos três candidatos. “Entendemos que a violência é combatida com mais ações sociais nas escolas. Primeiramente deve-se conscientizar as pessoas que violência gera mais violência”, opina o petista Prof. Mirim, que não formou alianças políticas e concorre sem coligação.

O peemedebista Ernesto Roller pensa em investir mais no efetivo. “A prefeitura tem de ser parceira, estabelecer convênios, aumentar o quantidade de polícia e fazer a guarda municipal se tornar parte da segurança da cidade”, defende.

Já Rodrigo Lacerda, do PSB, crê no combate ao desemprego como arma contra a violência. “Hoje nosso setor industrial está sem condições de receber novas empresas. Um dos grande problema da criminalidade é justamente a falta de oportunidades”, acredita.

Saiba mais

A Educação, no geral, e a ampliação de vagas na rede pública são pouco abordadas dentre as prioridades das três candidaturas. Algo curioso para uma cidade cujo eleitorado tem 26% de seus quase 72 mil votantes com Ensino Fundamental incompleto, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Formosa fica a cerca de 75 km de Brasília e tem mais de 170 anos de existência. Apesar da proximidade, as emergências médicas do município são geralmente direcionadas à capital Goiânia, a quase 300 km de distância.

Recém-chegada ao município, a autônoma Alice Mendonça, de 23 anos, trocou o Riacho Fundo II pela Região Metropolitana em busca de um custo de vida menor, mas se surpreendeu com os problemas encontrados. “Posto de Saúde é tão difícil quanto lá. Emprego também é uma coisa muito devagar por aqui”, queixa-se a moça, com o pequeno Pedro Henrique, 2, nos braços. Em casa, outras duas crianças de 3 e 5 anos a esperam, todas sem escola. “Tentei colocar elas em creches por aqui mas só vai dar no ano que vem”, acrescenta.

 

 

Alice, que chegou há pouco do Riacho Fundo II: ainda sem creches, trabalho e assistência médica (Foto: Hugo Barreto)

Alice, que chegou há pouco do Riacho Fundo II: ainda sem creches, trabalho e assistência médica (Foto: Hugo Barreto)

 

Isolamento é problema, avisa petista

Ele tentou vaga na prefeitura em 2012 mas não teve força suficiente. Agora, espera pegar o sentimento anti-governo do cidadão e converter a seu favor, engrossando a pressão sobre o prefeito.

“Temos uma prefeitura que agrada a meia dúzia de cidadãos e desagrada a 100 mil. Famílias inteiras estão empregadas na prefeitura”, acusa. Ele garante que vai enxugar a máquina pública em caso de vitória e, com isso, garantirá sobras orçamentárias e financeiras aos fragilizados cofres locais.

Lançado por Itamar Barreto, Rodrigo Lacerda admite a presença de “assessores e auxiliares” sem empenho durante o último governo, o que teria prejudicado o desempenho. Ele assume, porém, que a proximidade com o governador do DF o ajudarão a resolver questões como a do transporte, em caso de eleição. “A expectativa é unir forças no intuito de fazer parcerias”, projeta.

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