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Ex-vice-presidente estadual do PL em São Paulo é acusado pela filha de abuso sexual

O ex-vice-presidente estadual do PL em SP é investigado pela Polícia Civil por supostos abusos sexuais cometidos contra filha e duas netas

FolhaPress

08/07/2022 18h37

Foto: Reprodução/Redes sociais

Paulo Eduardo Dias
São Paulo, SP

O ex-vice-presidente estadual do PL (Partido Liberal) em São Paulo José Renato da Silva, 71, é investigado pela Polícia Civil por supostos abusos sexuais cometidos contra a sua filha e duas netas. A apuração teve início em abril deste ano.

Os abusos foram relatados em uma rede social por sua filha, a secretária de Administração da Prefeitura de Suzano (SP), Cintia Renata Lira da Silva, 48.

Segundo ela, o pai já foi indiciado pela polícia pelos crimes.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) disse que o caso citado é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher de Suzano, por meio de inquérito policial, que tramita sob segredo de Justiça.

Procurado, o advogado Denis Souza do Nascimento, defensor de Silva, afirmou que a investigação está em andamento, e que “não existe culpa formada”.

“O inquérito está sob segredo de Justiça para preservar a todos, portanto, no momento, não podemos passar maiores detalhes sobre o conteúdo do inquérito”.

Cintia publicou em seu Instagram dez imagens em que relata a situação ocorrida com ela e com suas filhas. Sob o título “A Verdade”, ela citou ter escondido o abuso sofrido por ela por 42 anos.

“Depois de pensar, pensar e pensar, percebi que é o necessário a se fazer. Quando eu tinha seis anos de idade, meu pai me convidou para tomar banho com ele. Esse banho mudou o resto de minha vida”, diz trecho da primeira parte da publicação.

Conforme o relato de Cintia, após o abuso, ela diz ter apagado da memória sete anos de sua vida, uma grande parte de sua infância.

“Era como se eu tivesse dormido com 6 anos e acordado com 13 anos. Não tenho lembranças desse período; nem boas e nem ruins.”

Ainda segundo ela, mesmo sem tocar no assunto, o abuso a assombrava todos os dias. “Uma angústia constante tomou conta do meu peito, e um desconforto na presença dele fazia parte da minha rotina.” Cintia afirma na publicação fingir que estava tudo bem.

Mas, ainda segundo seu relato, resolveu romper o silêncio ao ter conhecimento de que suas filhas haviam sofrido abuso semelhante.

Ao saber da situação, ela narra ter sido o pior dia de sua vida, algo pior do que o abuso que havia sofrido quando criança, e tomado a coragem em denunciar como mãe, o que não havia tido como filha.

Quando dos abusos, suas filhas tinham seis e sete anos. “Elas continuaram sendo abusadas pelos 9 anos seguintes.

Crianças sendo acariciadas por quem deveria protegê-las. Sendo obrigadas a acariciá-lo também.”

Na parte final do texto, Cintia diz que o tempo de casulo de sua família se esgotou. “A sensação de tirar um peso das costas é muito intensa.

A cada dia que conseguimos enfrentar mais uma batalha e superar, serve de mais força para continuarmos e ficarmos bem. É muito importante que esse tema não seja ofuscado.”

À reportagem, Cintia afirmou que o propósito da postagem foi atingido. “Dezenas de mulheres já enviaram seus depoimentos no privado relatando que também foram vítimas de abuso e se sentem mais encorajadas com o relato.”

O pai da secretária é um homem influente na política. Ele possui várias menções e fotos nas redes sociais do PL -antes, partido PR (Partido da República).

Em sua página no LinkedIn, Jose Renato da Silva publicou ser o presidente nacional do Muda Brasil, sigla que não saiu do papel.

Procurado, o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, não se pronunciou até a publicação deste texto.

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