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Política & Poder

Ex-diretor do Ministério admite que Caso Covaxin foi “atípico”

Em depoimento à Polícia Federal, Roberto Dias disse que “não é comum” o Ministério pagar empresas que não constam em contratos

Redação Jornal de Brasília

04/08/2021 9h25

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias admitiu que houve inconformidades na negociação de compra da vacina indiana contra a covid-19 Covaxin. O imunizante foi oferecido ao país através da Precisa Medicamentos, empresa brasileira, e não pela fabricante, como ocorreu com outras vacinas compradas pelo governo federal.

Em depoimento à Polícia Federal, Dias disse que “não é comum” o Ministério pagar empresas que não constam em contratos. É o que aconteceria com a vacina Covaxin: a Precisa indicou que o dinheiro das vacinas deveria ser pago a uma empresa chamada Madison Biotech. O ex-diretor de Logística disse ainda que o processo foi “atípico”. A informação é do jornal O Globo.

“Isso (repasse a empresas fora do contrato) não é comum, mas, em termos de importação, fui questionar o coordenador do financeiro, não é impossível. Existe um ou dois casos que foram pagos para quem foi indicado na invoice (recibo com indicações para o pagamento). Era compra pequena, se não me engano demanda judicial. Obviamente esse montante (do caso Covaxin) é diferenciado”, disse Dias à PF. “O que acontece? Isso nunca chegou para mim como uma situação, um problema”, completou. A Madison, que receberia o pagamento, é uma offshore (tipo de empresa instalada em país diferente do qual moram os donos) com sede em Singapura, considerado um paraíso fiscal.

Dadas as polêmicas, o Ministério da Saúde suspendeu e depois cancelou o acordo de R$ 1,6 bilhão para a compra da Covaxin. A Controladoria-Geral da União (CGU) investiga o contrato.

Dias já depôs à CPI da Pandemia e foi o único depoente a sair preso. No entanto, a comissão pediu a prisão por falas inverídicas relacionadas à outra negociação (junto à Davati para a compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca). Hoje, os senadores ouvem o coronel Marcelo Blanco, que deve falar mais sobre este caso.

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