Francisco Dutra
Estudantes e seguranças da Câmara Legislativa entraram em conflito, na frente do prédio, na tarde desta quinta-feira (19). Os alunos da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs) protestavam pela aprovação do projeto do governo Rollemberg (PSB) que regulariza horas extras na rede pública e a confusão teria começado quando eles foram impedidos de entrar.
O projeto é considerado importante, pois o modelo atual de gestão da escola foi colocado em xeque pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF). Conforme o Executivo, sem a aprovação do PL, 30% do serviço de emergência e o próprio funcionamento da Escs serão inviabilizados.
A dinâmica
Segundo os estudantes presentes, os funcionários da Casa não permitiram a entrada dos manifestantes pela manhã, enquanto outras pessoas puderam entrar. “Hoje é o dia crítico, porque a Secretaria de Saúde tem que mandar rodar as escalas da rede amanhã (sexta-feira, 20). Se não fizer isso, não terá como a Escs funcionar”, afirma o estudante Yuri Zago, 24 anos, um dos coordenadores do protesto.
Após o confronto, a direção da Casa abriu a entrada nas galerias para 720 pessoas acompanharem a votação , mas jogou a responsabilidade pelo conflito para os estudantes. Segundo a Coordenação de Segurança, por volta da 14h30, os líderes do movimento solicitaram que 70 estudantes obstruíssem a entrada e saída da garagem. O grupo então se sentou ao chão e impediu a movimentação de servidores e parlamentares.
Quando o vice-presidente da Casa, deputado distrital Welington Luiz (MDB), tentou sair do prédio, desceu do carro e disse aos manifestantes que eles estavam infringindo o direito de ir e vir, previsto na Constituição. Conforme a versão da Segurança, alguns estudantes atendaram ao pedido e outros não. Os veículos começaram a trafegar e os seguranças tentaram fazer com que os remanescentes também se levantassem para evitar um acidente.
Ainda na versão da Segurança, alguns estudantes se sentiram no direito de continuar com a manifestação e partiram para o confronto contra 11 seguranças, derrubando um deles. Em suposta legítima defesa, o funcionário teria, então, precisado reagir e imobilizado um jovem. Neste momento, a liderança do movimento teria revisto a necessidade do ato e pediu que todos os alunos saíssem da entrada da garagem.