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Política & Poder

Entenda como os minions viraram apelido para os apoiadores de Bolsonaro

Concebido como uma espécie de nome pejorativo, o “bolsominion” nasceu como meme, comparando os minions, que são de um amarelo-bandeira

FolhaPress

01/07/2022 8h49

Na lista de músicas do filme, inclui-se a canção "Desafinado", um clássico composto por Tom Jobim e Newton Mendonça

Foto: Reprodução

“Os minions estão nesse planeta há mais tempo que nós. Todos tem o mesmo objetivo: servir o vilão mais malvado do mundo”, explica o simpático narrador de “Minions”, de 2015, filme centrado na trupe de criaturinhas amarelas que servem Gru, o protagonista de “Meu Malvado Favorito”. A franquia coleciona seus bilhões no cinema desde 2010, mas no contexto das eleições de 2018, a turba de trapalhões ganhou um novo significado no Brasil como apelido para os apoiadores de Jair Bolsonaro.

Concebido como uma espécie de nome pejorativo, o “bolsominion” nasceu como meme, comparando os minions — que são de um amarelo-bandeira vibrante-aos apoiadores que lotavam as ruas com camisetas e bandeiras do Brasil, signo que hoje a esquerda busca recuperar.

Além disso, os personagens obedecem cegamente às ordens do supervilão da vez — na história do filme, já serviram desde um tiranossauro, até Napoleão e o Drácula. Todos eles, incluindo Gru, trazem um ar paspalhão e estabanado, outra característica que a oposição associa ao comportamento de Bolsonaro.

O primeiro registro público da expressão “bolsominion” em texto disponível nas redes hoje é de 3 de julho de 2015, pelo usuário Zanfa, do portal Capinaremos -portanto antes das eleições de 2018, mas num momento em que Bolsonaro ganhava notoriedade. No entanto, na imagem, o deputado Eduardo Cunha — então presidente da Câmara dos Deputados e responsável por iniciar o impeachment de Dilma Rousseff — fica no lugar de Gru como o “malvado favorito”, enquanto Bolsonaro, também deputado à época, aparece todo amarelo no corpo de um minion.

Como parte fundamental para a comédia infantil — e para a irritação dos pais, que têm de aguentar a imitação dos filhos-, os minions ainda tagarelam sem parar numa língua incompreensível, numa voz fina, com uma ou outra palavra reconhecível. É também o que garante a eles alguma gota de fofura e personalidade suficiente para protagonizarem um novo filme próprio, como este novo “Minions 2: A Origem de Gru”, que chegou aos cinemas nesta quinta-feira.

Apesar de tudo, e já que os políticos tentam cada vez mais surfar nos memes e na linguagem jovem para angariar outros apoiadores, ser “bolsominion” já não é ofensa há algum tempo. O próprio filho 03 do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, já até comemorou um aniversário em 2019 com uma festa temática das criaturinhas.

Enquanto isso, apoiadores nas redes sociais já reconhecem: “Sou bolsominion com muito orgulho, e pronto!”

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