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Política & Poder

‘É natural que Brasil e EUA nem sempre concordem’, afirma nova embaixadora em Washington

Em entrevista ao Estadão, disse que nem sempre os dois países, as maiores potências das Américas, concordarão

Redação Jornal de Brasília

20/05/2023 10h15

Foto: AFP

A nova embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Ribeiro Viotti, garante que os ruídos provocados por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito da guerra na Ucrânia já se dissiparam. Em entrevista ao Estadão, disse que nem sempre os dois países, as maiores potências das Américas, concordarão. A seguir trechos da conversa com a primeira embaixadora brasileira nos EUA.

Como o Brasil deve lidar com a pressão ocidental contra a Rússia na guerra da Ucrânia?

Se houve algum ruído na comunicação, isso já se dissipou. Depois da visita do presidente à China, houve uma série de contatos entre o ministro Mauro Vieira e seu homólogo, entre o embaixador Celso Amorim e seu homólogo americano. As posições brasileiras puderam ser esclarecidas. Temos uma posição muito clara. Condenamos a invasão da Ucrânia, como não poderia deixar de ser, porque é uma violação do direito internacional e da Carta da ONU Mas, ao mesmo tempo, temos insistido na importância de um esforço pela paz. Essa nossa insistência na diplomacia tem gerado a interpretação de que estamos tomando partido, o que não é o caso.

As declarações de Lula não causaram danos?

Não. Continuamos a ter contatos normais, visitas de alto nível, consultas da embaixadora Maria Laura da Rocha (secretária-geral do Itamaraty, em viagem a Washington) positivas, em clima afável e muito cordial.

Como reagir ao funcionário da Casa Branca que comparou Lula à figura de um papagaio que repete a propaganda russa?

O importante é manter sempre o diálogo, poder esclarecer nossas posições. Há uma compreensão para o fato de que o Brasil nem sempre vai concordar, ter uma identidade de posições com os EUA. E isso é normal numa relação entre dois países soberanos, com seus próprios interesses. É natural que não haja uma identidade perfeita de condições. Brasil e EUA nem sempre concordarão.

As relações entre Brasil e EUA completam 200 anos em 2024. Qual o futuro desse relacionamento?

Estamos num momento muito estimulante, porque são relações sólidas e consolidadas. Ainda assim, há uma disposição dos dois lados para fazer essa relação crescer e se dinamizar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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