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Política & Poder

Disputa por comando de Belford Roxo tem pancadaria e acusações de manipulação

A briga ocorreu após os vereadores Eduardo Araújo (MDB) e Fabinho Varandão (Novo) pedirem exoneração do secretariado de Waguinho

Redação Jornal de Brasília

28/09/2023 18h45

Imagem: reprodução/ Estadão

A disputa pelo comando da Prefeitura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, já começou com uma briga generalizada, com troca de socos, suspeitas de bomba no carro de um vereador e acusações de manipulação política pelo poder na Câmara do município a cerca de um ano das eleições. 

O pleito deve colocar o atual prefeito da cidade Wagner Carneiro (Republicanos), o Waguinho – que conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – e o deputado estadual Márcio Canella (União), aliado do governador Cláudio Castro (União), em lados opostos da disputa. De acordo com a Polícia Militar do Rio, uma pessoa armada foi presa durante a confusão no plenário da Casa nesta quarta-feira, 27.

A briga ocorreu após os vereadores Eduardo Araújo (MDB) e Fabinho Varandão (Novo) pedirem exoneração do secretariado de Waguinho, na Prefeitura de Belford Roxo, para votar contra um projeto do chefe do Executivo municipal em discussão no Legislativo. Ao comparecerem à sessão, eles foram informados de que as exonerações ainda não haviam sido publicadas, logo eram considerados licenciados e não tinham direito à voto. 

Waguinho enviou um projeto que altera as regras para a eleição da presidência da Câmara com o objetivo de manter o seu aliado, o atual presidente vereador Armandinho Penélis (MDB), por mais um ano no comando do Legislativo municipal. Os parlamentares afirmam que Waguinho quebrou um acordo informal que previa a alternância de poder na Casa.

Araújo e Varandão se juntaram aos opositores de Waguinho para tentarem manter a eleição da mesa diretora. Ao serem informados de que ainda não poderiam retomar os mandatos na Câmara, os vereadores acusaram Penélis de impedimento. Foi o estopim para a briga generalizada.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram os parlamentares trocando socos no plenário da Casa. O vereador Danielzinho (PL), aliado de Waguinho, afirmou que foi agredido por um grupo contrário ao atual prefeito.

“A gente estava participando de mais uma sessão legislativa na casa do povo, na Câmara dos Vereadores, quando um grupo de vereadores se manifestou contra o governo, contra o presidente (da Câmara), e partiram para a ofensa e para a agressão. O vereador Markinhos Gandra, na covardia, me atacou com socos. Eu estou aqui prestando depoimento e fazendo exame de corpo de delito. Por trás desse vereador, há um grupo político dando apoio”, disse o vereador Danielzinho em frente à 58ª Delegacia de Polícia (Nova Iguaçu).

Vereador em Belford Roxo, Fabinho Varandão era considerado um dos homens de confiança de Waguinho. Ele ocupou três secretarias na prefeitura nos últimos dois anos. O parlamentar responde a acusações de comandar uma milícia na Baixada Fluminense. Recentemente, se uniu à oposição.

“Eu e o vereador Eduardo Araújo viemos tomar posse. Tentamos ontem e não conseguimos. Hoje viemos tomar posse e fomos agredidos dentro da Câmara. Alguém puxou uma arma dentro do plenário. Existe relatos de tiro para o alto. Esse prefeito perdeu a cabeça. Isso é política, democracia. Nós fomos eleitos pelo povo. Tem que respeitar o nosso mandato”, disse Varandão.

Markinho Gandra (PDT), que também integra o grupo contrário ao atual prefeito, afirmou que Waguinho tentou impedir que os ex-secretários tomassem posse.

“Queremos, legitimamente, dar posse a dois vereadores eleitos pela população dessa cidade. E mais uma vez, sistema fora de ar, desligam as luzes. Isso aqui parecia um cenário de guerra. Houve uma confusão generalizada. Eu apenas me defendi. Infelizmente, houve essa violência por ambas as partes, completamente equivocada. Não vão levar na marra”, afirmou Markinhos Gandra.

A PM do Rio de Janeiro diz que policiais militares do 39º BPM (Belford Roxo) foram acionados para uma ocorrência de briga na Câmara. De acordo com o comando da unidade, o policiamento no local foi reforçado e durante a ação, um homem armado foi detido portando uma arma e foi conduzido para a 54ª DP (Belford Roxo).

Em nota, Waguinho lamentou a confusão e disse que o projeto que prorroga por mais um ano o mandato do presidência da Casa não será mais votado.

“O prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, repudia veementemente o episódio ocorrido nesta quarta-feira na Câmara Municipal, que terminou em confusão. Waguinho entende que a democracia é o choque de ideias contrárias, mas dentro da normalidade e respeitando os preceitos constitucionais. Toda oposição é salutar, mas o debate deve ficar sempre no campo das ideias. O que ocorreu nesta quarta-feira na Câmara foi lamentável, deplorável e com cenas que nada têm a ver com o conceito de política. O prefeito pede desculpas aos munícipes por cenas tão constrangedoras que enlutecem a democracia”, afirmou, em nota.

Nas redes sociais, Canella afirmou que a confusão na Câmara é “lamentável”.

“O Ministério Público e a Justiça estão atentos para o cumprimento da lei. E não tenho dúvida de que a lei será cumprida em defesa da nossa Constituição”, disse.

Uma equipe do Esquadrão Antibombas da Polícia Civil chegou a ser mobilizada para apurar uma suspeita de um artefato explosivo em um carro, no estacionamento da Câmara. Os policiais isolaram o veículo do vereador Amigo Binho (Solidariedade), que fez a denúncia, e encontram um GPS.

Estadão Conteúdo

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