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Política & Poder

Dino diz que não há previsão para conclusão do caso Marielle

Apesar de não poder precisar “dias ou meses”, Dino disse que há estimativas de que a investigação esteja próxima do fim

Redação Jornal de Brasília

24/01/2024 10h11

Foto: Agência Brasil

O ministro da Justiça, Flávio Dino, que vai deixar a pasta em fevereiro para ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que não há previsão para a conclusão do caso sobre a morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes, assassinados em 2018. A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, 23, sobre a transição do comando da pasta.

Apesar de não poder precisar “dias ou meses”, Dino disse que há estimativas de que a investigação esteja próxima do fim e que o caso avançou desde a entrada da Polícia Federal (PF) na investigação. “A PF é uma das melhores do mundo, reconhecida como tal, e a entrada dela no caso há um ano, por determinação minha, fez com que houvesse uma colaboração mais estreita com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).”

O caso, que completará seis anos em março, “jamais ficou parado, há uma equipe dedicada”, afirmou o ministro.

No início do mês, no entanto, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, havia afirmado, que a investigação deveria ser concluída no primeiro trimestre deste ano. “Esse é um desafio que a PF assumiu no ano passado. Estamos há menos de um ano à frente dessa investigação, de um crime que aconteceu há cinco anos, mas com a convicção de que ainda neste primeiro trimestre a Polícia Federal dará uma resposta final do caso Marielle”, afirmou Rodrigues à época, dando um prazo para a conclusão do caso.

Na entrevista desta terça, Dino evitou comentar sobre delação de Ronnie Lessa, ex-policial militar apontado pelas investigações como o assassino de Marielle e Anderson. Em depoimento, ele teria delatado o mandante do crime. Dino afirmou que não é capaz de confirmar a informação. “Juridicamente, só há delação quando há homologação”.

“Não posso nem confirmar, nem negar. É algo que todos nós, juntos, saberemos no momento processualmente adequado”, disse o ministro, que também informou que somente os delegados escalados para a investigação têm detalhes sobre o caso.

O caso já teve uma delação premiada em julho de 2023, quando o ex-policial militar do Rio de Janeiro, Élcio Vieira de Queiroz, apontou a participação do grupo liderado pelo contraventor Bernardo Bello no assassinato. Élcio também deu o nome de um suposto responsável por contratar Lessa. O delator citou o policial militar Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como “Macalé”, assassinado em novembro de 2021, como suposto contratante.

Dino relembrou dessa delação como a única homologada pelo Poder Judiciário e afirmou que seja “natural que existam novos atos de investigação” a partir dos desdobramentos dela, que “podem levar a outras delações”.

Em nota divulgada a imprensa nesta terça-feira, 23, a PF informou que as investigações seguem sob sigilo e que, até o momento, apenas a delação de Élcio foi homologada. “A divulgação e repercussão de informações que não condizem com a realidade comprometem o trabalho investigativo e expõem cidadãos”, afirma a instituição.

Estadão Conteúdo

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