A presidente Dilma Rousseff fez hoje um breve discurso, porém duro, dizendo que “o País é composto de cidadãos de bem, que abominam o crime e prezam a legalidade”. Acrescentou que o governo vai se dedicar a coibir os crimes onde eles ocorrerem. Ao mesmo tempo, a presidente avisou que fará tudo para coibir “abusos, excessos e afrontas à dignidade de qualquer cidadão que venha a ser investigado”.
Segundo Dilma, o seu governo quer “uma Justiça eficaz e célere, mas sóbria e democrática, senhora da razão e incontestável em suas atitudes e providências”. A presidente falou no Palácio do Planalto, na cerimônia de posse do procurador geral da República, Roberto Gurgel, que foi reconduzido ao cargo, segundo palavras da presidente, “por uma avassaladora maioria no Congresso”.
Dilma destacou, também, que “o Brasil tem se afirmado cada vez como um País que constrói a sua Justiça e que a realiza e pune aqueles que cometem ilícitos”. Em seu discurso, a presidente ressaltou a independência e a isenção do Ministério Público. Afirmou que, nos últimos anos, o País passou a ter “um Ministério Público com independência e autonomia e uma Polícia Federal mais bem equipada, com um estratégico setor de inteligência, com um Judiciário eficiente e preocupado com a celeridade de suas decisões e com governos dedicados a coibir ações do crime”.
“Onde ocorrerem malfeitos, onde o crime organizado atuar, nós iremos combater com firmeza, utilizando todos os instrumentos de investigação e punição, sempre contando com a isenção do Ministério Público, com a eficiência da Polícia e com o poder de decisão do Judiciário”, afirmou Dilma.
Para a presidente, “temos excelentes motivos para confiar nas nossas instituições, pois todos nós compartilhamos dos valores que balizam a Justiça”. Dilma acrescentou que respeita os direitos individuais e defendeu igualdade de todos perante a lei, respeito à dignidade humana e rigorosa presunção de inocência. “Só assim teremos a certeza de que a Justiça prevalecerá”, disse. A presidente encerrou o discurso dizendo que a Procuradoria Geral da República, “com sua absoluta autonomia” em relação aos poderes constituídos, tem papel fundamental a cumprir no esforço da realização da Justiça e pela rejeição à impunidade.
Embora não tenha se queixado diretamente de ninguém no discurso proferido, a presidente tem demonstrado insatisfação com o comportamento da Polícia Federal (PF) no caso que envolve a prisão de servidores do Ministério do Turismo ligados a líderes políticos. As prisões provocaram a ira de parlamentares da base aliada no Congresso.