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Política & Poder

Conselho tem não legitimidade, diz Fenaj

O JBr noticiou com exclusividade que Oswaldo Eustáquio tem percorrido alguns países para fortalecer o Conselho de Jornalistas Conservadores

Ary Filgueira

18/08/2021 13h55

A presidente da Federação Nacional do Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, disse que o Conselho Latino Americano de Jornalismo, que foi fundado recentemente pelo ativista de direita Oswaldo Eustáquio, que também é profissional da área, não tem legitimidade. “Esse conselho criado por um único jornalista não tem representatividade. Quem é da categoria que deu respaldo para esse jornalista criar uma associação e ainda mais Latino Americana?”, questiona Zequinha, como é chamada pela classe.

Conforme o Jornal de Brasília noticiou com exclusividade, Oswaldo Eustáquio tem percorrido alguns países em busca de profissionais que se filiem ao seu conselho para ampliar sua representatividade. Segundo ele, alguns países já seriam signatários e teriam já seus representantes, como Paraguai, Costa Rica e Argentina.

Com sede no Lago Sul, em Brasília, a mais nova entidade de classe que se pretende representar os jornalista não só do Brasil como da América Latina possui até estatuto. Além disso, está constituído juridicamente, chegando a possuir número de inscrição na Junta Comercial e Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço eletrônico ([email protected]).

Mas, para Zequinha, nada disso torna o conselho de Oswaldo Eustáquio o legítimo um dos representantes da categoria. “Primeiro temos de entender o que é um entidade representativa. Esse tipo de entidade recebe a delegação da categoria para representar. E no caso brasileiro essa representação está garantida com o movimento sindical de cada categoria. No caso dos jornalistas, está garantida regionalmente aos sindicatos dos jornalistas e à Fenaj”, rechaça.

A presidente da Fenaj acrescenta que, para ter sido criado, o conselho de Oswaldo Eustáquio teria de passar por um amplo debate entre a categoria. Tanto interno quanto internacionalmente. “É uma iniciativa midiática. Faz parte da estratégia desse grupo de ultradireita do Brasil de buscar polêmicas para fazer um trabalho de auto-divulgação”, aponta.

Outro equívoco, segundo ela, apontado na iniciativa do ultradireitista de montar sua própria entidade que se pretender representar a classe jornalística, está no nome. “O nome que ele dá (ao conselho) é um nome que busca confundir. Conselhos são autarquias especiais que tem poder de estado. A entidade dele é uma associação”, explica Zequinha.

Quanto a acusação de Eustáquio de que as entidade atuais estaria enviesadas por ideologia esquerdista, a presidente da Fenaj rechaçou a pecha. “Como entidade representativa dos trabalhadores e trabalhadoras jornalistas, a Fenaj e os sindicatos estão do lado dos trabalhadores. Assim, tem se posicionado em muitas questões contrariamente às medidas do governo que comprovadamente prejudicam a classe trabalhadora. Não tem a ver com ideologia”, explica.

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